ATA DA OCTOGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 29-9-2005.

 


Aos vinte e nove dias do mês de setembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados, pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providências nos 2256, 2268 e 2269/05 (Processos nos 5669, 5700 e 5701/05, respectivamente); pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providências nos 2258, 2267, 2279, 2280, 2281, 2282, 2290, 2291, 2292, 2293, 2294 e 2295/05 (Processos nos 5675, 5699, 5724, 5726, 5727, 5728, 5737, 5738, 5740, 5741, 5742 e 5744/05, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Informações nº 234/05 (Processo nº 5696/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 2270, 2271, 2272, 2296, 2297, 2298, 2299 e 2300/05 (Processos nos 5705, 5706, 5708, 5749, 5750, 5751, 5752 e 5753/05, respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providências nos 2253, 2254, 2255, 2259, 2274, 2276 e 2277/05 (Processos nos 5663, 5665, 5667, 5677, 5711, 5720 e 5721/05, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 10550055/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do centésimo décimo aniversário do Jornal Correio do Povo, nos termos do Requerimento nº 002/05 (Processo nº 0106/05), de autoria do Vereador Raul Carrion. Compuseram a Mesa: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Carlos Alberto Bastos Ribeiro, Diretor Administrativo do jornal Correio do Povo e Lindemar Frazon, Secretário Substituto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente; o Deputado Estadual Sérgio Peres, representando a Presidência da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; e o Coronel Irani Siqueira, representando o Comando Militar do Sul. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças dos Senhores Telmo Ricardo Borges Flor, Diretor de Redação do jornal Correio do Povo, e Luiz Fernando Munhoz. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion afirmou que a trajetória do jornal Correio do Povo se confunde com a história do Rio Grande do Sul, sendo fonte primária de pesquisa e orientação na análise da sociedade gaúcha. Ainda, citou os nomes dos Senhores Renato e Carlos Bastos Ribeiro, frisando que Suas Senhorias garantiram a modernização e a viabilidade econômica desse veículo informativo, mantendo uma base de seriedade, independência e honestidade jornalística. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença dos Vereadores Silvério Fortunato e Luiz de Brito, da Câmara Municipal de Erechim – RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Mônica Leal analisou a influência do jornal Correio do Povo na construção da sociedade gaúcha, declarando ser esse veículo um patrimônio da imprensa independente, que honra e orgulha os profissionais da mídia. Finalizando, procedeu à leitura de texto do jornalista Edmundo Soares, em que são relatados fatos ocorridos quando da posse do empresário Renato Bastos Ribeiro na direção desse jornal, ocorrida em mil novecentos e oitenta e seis. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ibsen Pinheiro discorreu sobre o contexto histórico no qual foi fundado o jornal Correio do Povo, enfatizando que a proposta desse jornal sempre foi a de apresentar uma visão independente de ideologias e grupos políticos, apoiando-se de forma inovadora no mercado publicitário e na venda avulsa de exemplares. Também, homenageou o Senhor Breno Caldas, lembrando a gestão desse jornalista na direção do veículo informativo ora homenageado. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mauricio Dziedricki asseverou que a presente solenidade simboliza o reconhecimento desta Casa à importância do jornal Correio do Povo para o desenvolvimento econômico, social e cultural do Rio Grande do Sul. Igualmente, avaliou o poder exercido sobre as pessoas pelos meios de comunicação, defendendo uma imprensa criteriosa e responsável, que viabilize ao cidadão a tomada consciente de posições frente ao mundo que o cerca. O Vereador Professor Garcia saudou o transcurso dos cento e dez anos do jornal Correio do Povo, citando termos como concisão, dinamismo, confiabilidade e precisão como conceitos característicos das análises e notícias divulgadas por esse periódico. Ainda, cumprimentou a equipe que integra o jornal Correio do Povo, destacando que a qualidade do trabalho realizado quotidianamente por esses profissionais tem garantido uma credibilidade e aceitação inconteste por parte de toda a comunidade gaúcha. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elias Vidal abordou a ligação afetiva observada entre os rio-grandenses e o jornal Correio do Povo, declarando que essa relação foi construída por meio de um trabalho moldado no comprometimento com a verdade e a responsabilidade na abordagem das matérias publicadas. Acerca do tema, reportou-se à abrangência das notícias veiculadas nesse jornal, mencionando que o leitor recebe uma informação segura nos campos político, tecnológico e cultural. O Vereador Paulo Odone chamou a atenção para o papel representado pela imprensa, principalmente no ambiente político, onde a informação torna-se essencial para o esclarecimento e posicionamento do cidadão. Nesse sentido, aludiu à cobertura jornalística efetuada pelo Correio do Povo na análise e divulgação do trabalho desenvolvido pelas Comissões Parlamentares de Inquérito instauradas no Congresso Nacional para averiguar denúncias de corrupção envolvendo políticos brasileiros. O Vereador João Carlos Nedel saudou o transcurso dos cento e dez anos do jornal Correio do Povo, declarando que ali se encontram registrados, de forma responsável e verídica, os fatos que constituem a história recente do Estado e do País. Também, comentou trechos do primeiro editorial publicado pela instituição homenageada, afirmando que nesse texto já estavam traçadas as bases éticas e as regras de conduta que sempre direcionaram as publicações efetuadas pelo jornal Correio do Povo. A Vereadora Margarete Moraes comentou a vitória do Deputado Federal Aldo Rebelo nas eleições para a presidência da Câmara Federal e referiu-se ao transcurso dos cento e dez anos do Correio do Povo, afirmando que esse jornal é sinônimo de ética, pois aborda todos os lados da notícia, possibilitando que as pessoas possam formar suas opiniões com isenção. Ainda, enfatizou a confiabilidade do jornal Correio do Povo nas pesquisas que realiza para as eleições em todos os níveis. O Vereador Márcio Bins Ely ressaltou que o Correio do Povo contribui para o desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul, cumprimentando o Senhor Carlos Bastos Ribeiro pela forma coerente e isenta com que esse jornal reproduz os fatos do dia-a-dia. Sobre o assunto, comentou a pequena margem de erro nas pesquisas eleitorais realizadas pelo instituto de pesquisas do Correio do Povo e destacou a abrangência e credibilidade do caderno de classificados desse periódico. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Carlos Ribeiro, que agradeceu, em nome do jornal Correio do Povo, a homenagem hoje prestada por este Legislativo. Às quinze horas e vinte e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ibsen Pinheiro cumprimentou o Deputado Federal Aldo Rabelo por ter sido eleito Presidente da Câmara dos Deputados, alegando que esse Parlamentar possui qualidades essenciais ao cargo, como firmeza, equilíbrio, coragem e sobriedade. Ainda, externou sua opinião de que o novo Presidente daquela Casa Legislativa tem idéias que, na condição que ocupará, lhe permitirão uma conduta ponderada e voltada aos interesses nacionais. A Vereadora Manuela d'Ávila pronunciou-se acerca da vitória do Deputado Federal Aldo Rebelo na Câmara dos Deputados, discorrendo a respeito da vida política de Sua Senhoria e lembrando ter ele composto a Diretoria da União Nacional dos Estudantes, entre o ano de mil novecentos e oitenta e quatro e mil novecentos e oitenta e seis. Também, salientou ser a primeira vez que um Parlamentar comunista ocupa um espaço de notória importância na política do País. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo avaliou a questão da “Máfia do Apito”, debatendo o funcionamento desse esquema de apostas e manipulação de resultados de partidas do Campeonato Brasileiro de Futebol, por meio da corrupção de árbitros de futebol. Também, abordou a eleição do Deputado Federal Aldo Rebelo, lendo texto da jornalista Ana Amélia Lemos, do jornal Zero Hora de hoje, acerca dessa eleição. Na oportunidade, por solicitação do Vereador José Ismael Heinen, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma aos Senhores Paulo Solano, Radialista, falecido no dia vinte e sete de setembro do corrente, e Demóstenes Feira e Silva, Médico, falecido no dia dezoito de setembro do corrente. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 227 e 259/05, este discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 038/05, discutido pelos Vereadores Raul Carrion e Carlos Comassetto, o Projeto de Resolução nº 130/05, discutido pelo Vereador Raul Carrion; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 053/03, os Projetos de Lei do Legislativo nos 210, 255 e 258/05, o Projeto de Lei do Executivo nº 017/05; em 4ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 125/05. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 205/05, firmado pelo Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o Vereador Maurício Dziedricki se encontra representando externamente este Legislativo, hoje, às quatorze horas, na XXI Semana do Idoso, na Avenida Cristiano Fischer, nº 1331, em Porto Alegre. Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 340/05, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/05 (Processo nº 5826/05); de nº 341/05, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 021/05 (Processo nº 5822/05); de nº 342/05, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 022/05 (Processo nº 5824/05). Ainda, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e da Professora Marlei Orestes, da Escola de Educação Básica Gomes Carneiro, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion analisou a relevância da vitória do Deputado Federal Aldo Rabelo nas eleições para a Presidência da Câmara Federal, salientando qualidades políticas de Sua Senhoria. Ainda, saudou a atitude do Partido dos Trabalhadores em retirar candidatura própria e apoiar o nome do Deputado comunista nesse pleito e mencionou ter conversado com o Deputado Federal Alceu Collares a respeito do processo eleitoral na Câmara dos Deputados. O Vereador Bernardino Vendruscolo discutiu o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/05, sobre a transmissão de imóveis, e teceu considerações a respeito do referendo que se realizará no dia vinte e três de outubro do corrente, para saber a opinião da população relativamente à venda de armas e munições. Nesse aspecto, leu texto produzido pelo Senhor Henrique Nogueira, perito em armas de fogo, que critica a possível proibição desse comércio. A Vereadora Clênia Maranhão ressaltou a importância do processo eleitoral para a Presidência do Congresso Nacional, elogiando a vida pública do Deputado Federal Aldo Rebelo e alegando que ele teve destacada participação na luta pela democracia no Brasil. Ainda, discutindo a crise enfrentada pelo País, desaprovou as negociações políticas feitas pelo Governo Federal antes do pleito no Congresso Nacional, justificando ter havido tentativas de interferência nessa eleição. O Vereador Mario Fraga comentou a morte do Senhor José Carlos Fraga, primo em segundo grau de Sua Excelência, noticiando que solicitou audiência com o Secretário da Justiça e da Segurança do Estado José Otávio Germano para tratar da questão da criminalidade na região Sul da Cidade. Em relação ao assunto, dissertou sobre a situação da violência no Município, enaltecendo a necessidade de o Executivo aumentar o policiamento ostensivo em Porto Alegre. A Vereadora Maristela Maffei manifestou-se quanto à eleição do Senhor Aldo Rebelo para a presidência da Câmara dos Deputados, afirmando que o resultado desse pleito viabiliza um reequilíbrio de forças políticas, necessário à construção de uma sociedade plenamente democrática. Também, reportou-se ao sistema público de segurança a que tem acesso a população gaúcha, lembrando medidas propostas para essa área pelo ex-Governador Olívio Dutra. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e apregoado o Memorando nº 043/05, de autoria do Vereador José Ismael Heinen, informando a desfiliação de Sua Excelência do Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB, a partir do dia vinte e seis de setembro do corrente. Também, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, de acordo com o definido em reunião realizada entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes no dia vinte e seis de setembro do corrente. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 010/05 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 222/05 (Processo nº 5483/05 – Moção de Apoio à Ministra Laurita Vaz, da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, ao Ministério Público do Rio Grande do Sul e ao Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, por condenarem decisão da 8ª Câmara Criminal do Rio Grande do Sul, de suspender a condenação e diminuir a pena de um orientador religioso da Igreja Batista, que abusou sexualmente de uma criança), de autoria da Vereadora Maria Celeste, após ser encaminhado à votação pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela Maffei; de nº 206/05 (Processo nº 4723/05 – Moção de Repúdio e Protesto à proposição do Congresso Nacional que sugere a aprovação de listas fechadas de candidatos, encabeçadas pelos atuais detentores de mandato), de autoria do Vereador Adeli Sell, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Raul Carrion, João Antonio Dib e Luiz Braz. Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando alteração na redação do Requerimento nº 206/05. Após, foi aprovado o Requerimento nº 211/05 (Processo nº 5120/05 – Moção de Repúdio e Protesto a agressões sofridas pelos agentes de fiscalização da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio e brigadianos, por parte de camelôs ilegais), de autoria do Vereador Adeli Sell, por dezesseis votos SIM, quatro votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Elias Vidal, Ervino Besson, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Sofia Cavedon e Valdir Caetano, Não os Vereadores Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib e Sebastião Melo e optado pela Abstenção o Vereador Bernardino Vendruscolo. Também, foi aprovado o Requerimento nº 223/05 (Processo nº 5497/05 – Sessão Solene no dia vinte e cinco de outubro do corrente, destinada a homenagear a Aeronáutica – V COMAR, pelo transcurso da “Semana da Asa”), de autoria da Mesa Diretora. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 087 e 114/05. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 121/05, com ressalva das Emendas a ele apostas, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Maristela Maffei. Foram aprovadas as Emendas nos 01 e 02 apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 121/05. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Resolução nº 102/05, o qual, após ser encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio Dib, teve sua votação adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Maristela Maffei. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 175/04, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Haroldo de Souza. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 123/05. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 027/01, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador João Antonio Dib. Às dezoito horas e vinte e sete minutos, o Senhor Presidente informou que nada mais havia a tratar e encerrou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador Nereu D’Avila. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Neste momento, nós vamos propor a inversão dos trabalhos: antes do Grande Expediente, passaremos ao período de Comunicações para que possamos homenagear o transcurso do 110º Aniversário do jornal Correio do Povo, nos termos do Requerimento nº 002/05, de autoria do Ver. Raul Carrion.

Peço ao Vereador-Secretário que traga, lá do Salão Nobre, os representantes do Correio.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos convidar a fazer parte da Mesa, para o início da solenidade, o Dr. Carlos Ribeiro, Diretor Administrativo do jornal Correio do Povo; convidamos o Dep. Estadual Sérgio Peres, neste ato representando a Presidência da Assembléia Legislativa; o Sr. Lindemar Frazon, Secretário Substituto da Secretaria Estadual do Meio Ambiente; o Cel. Irani Siqueira, representando o Comando Militar do Sul. Como extensão de Mesa, nós queremos saudar Telmo Borges Flor, Diretor de Redação do nosso Correio do Povo, bem como o Luiz Fernando Munhoz, que é filho do Dr. Carlos Ribeiro.

O Ver. Raul Carrion, proponente desta homenagem, está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Neste sábado, comemoraremos exatos 110 anos de circulação, em solo rio-grandense, do primeiro exemplar do jornal Correio do Povo.

Em primeiro de outubro de 1895, acabava de ser assinada a paz entre pica-paus e maragatos. Nos campos de batalha, o sangue ainda não havia secado. O Estado estava profundamente dividido. A imprensa partidária era um instrumento de combate que cada uma das facções utilizava com extremo vigor.

É nesse contexto que Francisco Antônio Vieira de Caldas lançou um jornal desvinculado de ambas as facções em luta, propondo uma informação jornalística isenta e pluralista, algo inédito naquele momento, naquela época, naqueles tempos. Não faltaram os que prognosticaram a rápida falência dessa experiência inovadora, pois não iria agradar nem gregos, nem troianos, nem chimangos, nem maragatos. Passaram-se 110 anos, e o Correio do Povo consagrou-se como o mais antigo diário em circulação no nosso Estado, fonte primária de qualquer pesquisa histórica sobre o Rio Grande do Sul e sobre o Brasil - que o digam os historiadores -, de maior tiragem e de inconteste credibilidade. Mas isso, Dr. Carlos Bastos, não foi fruto do acaso, decorreu de uma longa trajetória de respeito ao leitor, seriedade, independência e honestidade jornalística, isenção avessa a qualquer subserviência, que nunca se confundiu com falta de opinião ou de linha editorial, mas que sempre respeitou a pluralidade de idéias e a diversidade de opiniões.

Érico Veríssimo relata no suplemento comemorativo aos 80 anos do Correio do Povo como, em certa ocasião, Breno Caldas repeliu a admoestação de um conservador que lhe cobrou ter entre os redatores do seu jornal vários comunistas. Essa é uma amostra da amplitude que sempre essa casa jornalística teve.

Da mesma forma o Correio do Povo nunca abdicou da coragem cívica de discordar dos poderosos do momento, inclusive porque com a sua longa trajetória, sabe da fugacidade do poder. E não foram poucas as dificuldades enfrentadas, nem pequenos os adversários desafiados, mas a tudo isso sobreviveu o nosso Correio do Povo.

E muito devem o Correio do Povo e o nosso Rio Grande à família Ribeiro - eu me dirigi a V. Sa. e disse o sobrenome do nosso grande amigo também Carlos Bastos Ribeiro - que, em momento de maiores dificuldades financeiras desse grande órgão de comunicação, que poderiam ter levado à sua extinção, assumiu a responsabilidade de dar-lhe continuidade, mantendo os seus princípios de verticalidade e honestidade jornalística.

Sob o comando da família Ribeiro, o Correio do Povo remoçou, teve a sua forma mudada, tornou-se mais ágil e sintético, adaptado aos dias de hoje, mas sem alterar a sua linha ética e o seu conteúdo sério e responsável, que vai à essência dos fatos.

Exemplo disso tem sido a sua cobertura profissional e isenta dos processos eleitorais em nosso Estado, sendo pública e notória a credibilidade de suas pesquisas eleitorais, sempre corretas.

Nos anos de hegemonia, do pensamento único neoliberal, o Correio do Povo não se dobrou à mediocridade do pensamento único e manteve as páginas abertas e o espírito crítico, defendendo a soberania das nações, os direitos do povo e as liberdades democráticas.

Hoje, quando se chocam em nosso País dois Projetos - o que luta pela soberania Nacional e por profundas mudanças sociais, e o que quer retroceder aos tempos da subordinação internacional -, o Correio do Povo é uma voz determinada na luta por um novo projeto de desenvolvimento Nacional, que privilegie a produção e não o rentismo parasitário, que distribua renda e socialize a riqueza, que garanta as liberdades democráticas.

Por isso, em meu nome, em nome da minha Líder, a Verª Manuela D’Ávila, nós queremos fazer deste momento, que foi uma iniciativa minha, mas aprovada pela unanimidade desta Casa, prestar esta homenagem sincera a um jornal, meu Presidente, Ver. Elói Guimarães, que eu diria - além de ser o mais antigo deste Estado - imprescindível.

Parabéns ao Correio do Povo; longa vida ao Correio do Povo! Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

(Procede-se à entrega de Placa Comemorativa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos registrar a presença do Ver. Luiz de Brito, da Câmara Municipal de Erechim, bem como do Ver. Silvério Fortunato, Presidente da Câmara Municipal de Erechim; meus cumprimentos.

A Verª Mônica Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Representando o Partido Progressista e falando em nome dos Vereadores João Antonio Dib - a quem agradeço por ter-me concedido esta oportunidade que eu tanto desejava -, e João Carlos Nedel, cumprimento a Direção do Correio do Povo, seus jornalistas e colaboradores aqui presentes, pela passagem dos 110 anos do jornal. O Correio do Povo é uma instituição, uma entidade intrinsecamente ligada à vida dos gaúchos e à história do Rio Grande do Sul. Pensamos nele como uma coisa muito nossa, à qual dedicamos confiança sem limite, fiéis àquele conceito de que “se não deu no Correio do Povo, não é verdade”. Isto porque, desde a sua fundação em 1895 por Francisco Antônio Vieira Caldas Junior, manteve o foco na prática de um jornalismo independente, desvinculado de políticas partidárias. Muitos dos que estão aqui devem estar lembrados da comoção que tomou conta do Rio Grande naquele 16 de junho de 1984, quando os jornais da Caldas Júnior deixaram de circular. As dificuldades da empresa eram de domínio público, mas ninguém esperava que isso acontecesse assim tão de repente.

Sei de pessoas que, passados dias, meses, ainda iam, diariamente, por instinto, por hábito entranhado durante gerações, até à porta de casa para pegar o Correio do Povo, o seu jornal, o amigo informante de sempre.

Foi um choque. Uma perplexidade. Uma grande perda.

Fiquei sabendo de muitas histórias sobre o jornal Correio do Povo, da Empresa Jornalística Caldas Júnior e seus jornais durante os três anos de convívio diário com o jornalista Edmundo Soares, entre 1995 e 1998. Trabalhávamos ambos com o Ver. Pedro Américo Leal - ele, como chefe de gabinete; eu, como assistente parlamentar.

Conversa vai, conversa vem, ele ia falando dos seus 32 anos de atividade na redação da Folha Esportiva e Folha da Tarde, onde foi de repórter setorista a diretor.

Permaneceu na Caldas Júnior mesmo após os jornais terem deixado de circular. Estava lá quando foi decretada a falência da empresa e continuou, ainda, como funcionário da massa falida. Testemunhou os primeiros passos na nova fase do Correio do Povo, da qual fez este relato: “Em maio de 1986, estávamos o Wilson Zin e eu na sala que ocupávamos no andar térreo da Caldas Júnior, quando surgiu uma pessoa que se identificou como sendo o Dr. Renato Bastos Ribeiro, industrial, ruralista e exportador, que informou haver adquirido o controle acionário da empresa.

Fomos, Zin e eu, seus cicerones na visita em seguida realizada a todas as dependências daquela Casa, manifestando o novo controlador sua total surpresa pelo excelente estado do prédio e de todo o equipamento. O Dr. Renato Ribeiro afirmou nunca ter visto coisa igual, ou seja, uma empresa falida com tudo perfeitamente mantido e funcionando. Afirmou: - Esta é uma falência às avessas!

A partir daí, começa a nova era da Caldas Júnior, da qual participei por cerca de sete meses, sendo, nos primeiros momentos, a pessoa que, com Wilson Zin, mostrava ao novo proprietário os meandros da Casa.

Participamos, também, Zin e eu, da elaboração das edições especiais do Correio e das edições especiais do Correio e da Folha, destinadas a garantir a propriedade dos títulos. A 30 de agosto de 1986, voltava o Correio do Povo a circular, em edição festiva, no seu formato standard, e saudado com entusiasmo pela população gaúcha. Os antigos assinantes, mais de setenta mil, voltaram a receber os jornais que anteriormente haviam pago”.

Foram essas as palavras de Edmundo, o meu grande amigo e mestre, de quem recebi preciosos ensinamentos das vivências de uma redação de jornal, que eu não tinha. Faleceu em março de 2002. Deixou concluído um livro, ainda não publicado, que intitulou Caldas Júnior - O Reverso - histórias e casos bem humorados da trajetória heróica de uma grande empresa jornalística. Presto, assim, a minha homenagem ao grande jornalista que foi Edmundo, ao Correio do Povo e ao empresário Renato Bastos Ribeiro, que viabilizou a continuidade do Jornal em outro formato, é verdade, causando alguma estranheza no início, mas moderno, ágil e muito informativo. É leitura cotidiana de milhares de gaúchos. Continua acompanhando e noticiando todos os acontecimentos no Estado, no País e no mundo, fiel aos objetivos traçados na sua fundação.

Como jornalista, quero registrar que o Correio do Povo é um patrimônio da imprensa independente, que honra e orgulha os profissionais da Comunicação. Congratulo-me com a Direção Jornalística e funcionários, desejando-lhes que prossigam na tarefa, nem sempre fácil, de fazer um bom jornalismo. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Exmo. Sr. Ver. Elói Guimarães, digníssimo Presidente desta Casa, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) No final do século XIX o Rio Grande se despedaçava em meio às paixões políticas, e essas paixões se expressavam com grande vigor na imprensa, na imprensa periódica e partidária, na imprensa engajada, o que é também uma virtude, desde que não seja o único modo de expressão dos veículos de comunicação. Faz bem que haja órgãos partidários, mas se impunha, naquele momento, no final do século XIX, que surgisse um jornal que dissesse, já no seu primeiro exemplar, um editorial, que surgia para ser independente, livre e forte. E trazia uma proposta inovadora para aqueles tempos. Um jornal que surgia independente das facções políticas, e estas marcavam, matizavam de modo dramático mesmo a vida rio-grandense. E quando nascia o Correio do Povo, a sangrenta Revolução de 93 estava ao alcance de um segundo aniversário. E esta autodefinição do Jornal de Caldas Júnior era, na verdade, a abertura de um novo caminho. Um Jornal que surgia para ser independente do conflito político e do esgarçamento que ele produzia na sociedade rio-grandense. Trazia a proposta de buscar o apoio do nascente mercado publicitário e de um fator que, com o tempo, tornou-se acessório, mas que era essencial àquelas épocas, que era o da venda avulsa. Para viver da venda avulsa e do incipiente mercado publicitário, havia os reclames do começo do século passado, no velho Correio do Povo, então impresso em papel rosado, e por isto ganhou o apelido de “róseo”, que nenhum de nós conheceu, nem mesmo o Ver. Dib e eu, mas que está na memória desta Cidade e deste Estado. O “róseo” nasceu para ser independente, livre e forte.

Eu resisti à tentação, Sr. Presidente, de fazer invocações pessoais, tão próximas de cada um de nós, mas não posso deixar de fazer dois registros. Primeiro, que falo em nome da minha Bancada - Vereadores Bernardino Vendruscolo; Sebastião Melo, nosso Líder, que me delegou esta tarefa; e Haroldo de Souza, que era o titular deste tempo e cedeu à sua Bancada, num gesto de elegância que é típico desse cavalheiro do esporte. Talvez ele preferisse que falasse por ele alguém que não tem uma relação direta e próxima com a velha casa de Caldas Júnior, hoje o pujante sistema Guaíba/Correio do Povo. Falo, pois, pela minha Bancada, mas sei que falo por um sentimento comum.

Não posso deixar de fazer uma referência pessoal: Breno Caldas. Ele assumiu a direção do Correio do Povo aos 25 anos de idade. Num primeiro momento, não quis ser o diretor e instou junto à sua mãe, herdeira e meeira, nos sentido de que o executivo conduzisse o Correio até que ele se sentisse preparado. Aos 25 anos assumiu o comando e marcou, de modo indelével, esse Jornal. Porque os jornais têm espírito. Os jornais não são empresas para fazer dinheiro, embora cuidem de fazer dinheiro, porque são empresas. Mas um jornal presta um serviço público. E quando o dono do jornal diz isso, para que a frase não seja sem sentido, ele está assumindo compromissos com a comunidade. Nós vimos o quanto o Correio do Povo soube cumprir esses compromissos.

Vou lembrar Breno Caldas em dois momentos: nos momentos terríveis da repressão, quando informado de que o seu Jornal, se não fosse censurado seria apreendido, ele armou as esteiras que tiravam o jornal da máquina para a distribuição, diretamente para os caminhões do Exército, com toda a tiragem; um gesto excepcional de firmeza, de elegância, com uma dose de humor também.

Por isso quero lembrar Breno Caldas, quando sua Empresa afundou, e ele, como um almirante, afundou junto. A gente vê tantos casos de falência com o falido rico... Às vezes, empresas falidas produzem falidos mais ricos ainda, e Breno Caldas honrou todos os compromissos, todas as suas assinaturas, e envolveu o seu patrimônio pessoal para poder honrar esses compromissos e poder passar o velho Correio do Povo adiante.

Renato Ribeiro - eu tenho esta percepção, meu caro Carlos Ribeiro -, percebeu que não comprava uma empresa apenas, ele assumia uma história, uma carga histórica, uma responsabilidade, e acho que podemos testemunhar que ele, o líder da Empresa, tem esta consciência. E você, amigo Carlos Ribeiro, me permita o tratamento próximo, tem de todos nós a admiração de quem percebeu o quanto você representa a capacidade de convivência - a velha casa de Caldas Júnior, hoje complexo Correio do Povo, Rádio Guaíba, TV Guaíba -, o quanto a direção desta empresa convive com todos os problemas do Rio Grande e com a busca de suas soluções, e isso implica também convivência com a vida pública do Rio Grande, independente, nobre e forte. O Correio nasceu assim, continua assim.

Parabéns ao velho, novo, moderno, Correio do passado, Correio de 110 anos, Correio de todas as nossas manhãs, Correio do futuro também. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Faço questão de fazer menção a um amigo particular, Luiz Fernando Munhoz, a quem tive a oportunidade de convidar, no momento em que iniciei a minha caminhada política, para que nos acompanhasse neste mandato, e hoje está aqui, contribuindo muito, prestigiando os 110 anos do Correio do Povo, de maneira reconhecida pelo Parlamento Municipal de Porto Alegre.

Mas registro, Dr. Carlos, em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, aqui composta pelo Ver. Elói Guimarães, pelo Ver. Brasinha, não somente para homenagear o Correio do Povo, mas principalmente para comemorar os 110 anos de fundação deste grande veículo de comunicação, que contribuiu veementemente para a construção da história do nosso Estado.

A comunicação, quando utilizada para o bem comum, para comunicar e não enganar, elucidar e não obscurecer, informar e não desinformar é o maior trunfo que uma pessoa, uma empresa ou mesmo uma vida em sociedade pode ter. O ato de comunicar-se é imprescindível para esta vida que hoje imprimimos à frente da sociedade de Porto Alegre. E isso o jornal Correio do Povo faz eximiamente, de maneira singular, peculiar, respeitosa, idônea e grandiosa. Diariamente deparamos com matérias de conteúdo, consistentes, que funcionam. São informações tratadas, modeladas e bem-produzidas, que ilustram e retratam a realidade de nosso cotidiano. Muitas vezes não são notícias que um jornal como este, que se preocupa com o social, gostaria de dar, mas que são de extrema importância para manter a população informada, e para que ela possa formar sua opinião sobre a realidade que, com freqüência, a assola; uma realidade como a que estamos vivendo, em que a corrupção tenta sobrepor-se à honestidade, à ética e à moralidade.

É triste para mim, como jovem político que sou, não vislumbrar um futuro promissor para a política, mas essa é a nossa luta diária, mantendo as nossas verdadeiras esperanças, tal qual o jornal Correio do Povo, a cada manhã, ilustrando-nos perspectivas de um Estado melhor, que por muitas vezes enfrenta os obstáculos da dura realidade da sociedade porto-alegrense, gaúcha e brasileira.

Desenvolvendo mecanismos de controle e de informação, talvez possamos dar mais alegria às páginas desse imponente jornal que, desde o dia 1º de outubro de 1895, com sua perspicácia, eficiência e independência, ainda consegue nos proporcionar momentos de agradável leitura. Contudo, é primordial evidenciar que o faz sem jamais esquecer do compromisso que tem com o respeito ao seu leitor, com a imparcialidade e com a informação acima de tudo.

Como Líder da Bancada do PTB nesta Casa, enxergo este como um momento de reflexão e de gratidão. De reflexão, porque ele nos ensina e analisa a conjuntura em que vivemos em nosso País. Ele proporciona uma crítica à forma como estamos nos comunicando, à forma como estamos usufruindo desse que deveria ser um eficaz recurso para levar àqueles menos favorecidos ou mais desfavorecidos a chance de ocupar um espaço de informação, de reconhecimento na sociedade. É necessário muita força, persistência e perseverança para enfrentar as grandes dificuldades de um caminho de 110 anos e construir uma linda história de trabalho, de comprometimento com a comunidade, de maneira a alicerçar e construir não só o seu legado, mas o de um Estado por inteiro.

Para muitos, pode parecer descomunal fazer uma citação como a que farei a seguir, mas ela vem, certamente, de um excepcional comunicador, o qual, dentro dos seus propósitos, era um invejável profissional. Inteligentemente, disse Chacrinha: “Quem não comunica, se trumbica”, e assim é. Prova disso, como já citado anteriormente, é a forma como nossa política vem caminhando. De nada adianta desenvolvermos uma comunicação demagoga, enganosa e que ilude. É a mesma coisa que não nos comunicar.

Para concluir, Sr. Presidente, aos representantes do nosso jornal Correio do Povo parabéns pela sua competência e atuação e, para não cairmos na mesmice de desejar muitos anos de vida, muitas, mas muitas idéias inovadoras, vocábulos eloqüentes e notícias fidedignas! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Caro Ver. Raul Carrion, proponente desta homenagem, queremos parabenizá-lo por esta iniciativa de homenagear o jornal Correio do Povo nesta data significativa.

Já foi falado aqui pelos Vereadores que me antecederam sobre a forma de atuar do Jornal e dos seus editores. Eu gostaria de acrescentar que o jornal Correio do Povo é daqueles jornais que têm uma informação precisa e uma informação na qual, pelo o que está posto, nós podemos acreditar.

Nós também podemos dizer que, pelo seu formato, é um jornal de leitura fácil, é dinâmico, abrangente e consegue, pelo seu poder de síntese, traduzir tudo aquilo que nós queremos ler.

Entre os seus articuladores, os seus comentaristas, eu quero ressaltar uma figura que, para nós, é muito importante: o Jornalista Armando Burd, que no seu quadro Panorama Político consegue muito bem e de uma forma eficaz dar o contraponto - e eu sei disso - e até pautar, muitas vezes, os assuntos aqui na Casa. Eu tenho certeza de que essa é uma das colunas mais lidas no nosso Rio Grande do Sul.

Eu também gostaria de falar da coluna da Jornalista Denise Nunes, o Panorama Econômico, uma coluna fácil, simples, mas que também nos dá aquelas informações necessárias.

O Jornalista Flávio Alcaráz Gomes coloca, diariamente, um pensamento, uma nota, algo simples que nos faz, muitas vezes, voar e flutuar, pela maneira como está escrito - como é o caso da coluna de hoje, em que ele fala da curiosa origem da Praça Alto da Bronze.

“Também podemos falar do Jornalista Eduardo Conill, que escreve a coluna social. E, agora, a Jornalista Thamara Pereira passou, recentemente, a ter a sua coluna diária no jornal Correio do Povo, coisa que não havia diariamente; o Hiltor Mombach, na questão do desporto; o Juremir Machado, o Ruy Sphor, sobre a questão da moda; a Rosaura Fraga, sobre a questão da gastronomia. Também nós gostaríamos de parabenizar as chefes de reportagem e saudar aqui todas as mulheres que trabalham no Correio do Povo, porque são as mulheres que ocupam as lideranças lá: a Jurema Josefa e a Rosane Frigeri. Eu vou me permitir ler o nome de alguns daqueles colaboradores, os redatores e os repórteres. Com grata satisfação, durante um bom tempo, no meu Gabinete, tivemos a colaboração, por exemplo, da Luciamen Wink, mas também quero saudar o Gustavo Machado, a Simone Iglesias, que, durante muito tempo, transitou aqui conosco; a Maria José Vasconcellos, o Luiz Schuck, a Maria Cláudia, a Carmem Chiapetta, a Simone, que estão aqui presentes.

Nós queremos então dizer, prezado Carlos Alberto Bastos Ribeiro, que receba em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, o nosso carinho, o nosso reconhecimento por um jornal que tem 110 anos, e que foi, na sua história inicial, galgado na família e continua hoje galgado na família, uma outra família, mas ele consegue levar cedo à sociedade do Rio Grande do Sul a informação, porque é um jornal que é rodado e distribuído em outros Municípios simultaneamente, o que muitos não sabem.

Parabéns, Ver. Carrion, por essa iniciativa, e parabéns ao Correio do Povo por todos os dias nos proporcionar a primeira boa nova ou, às vezes, nem tão boa nova, mas sempre uma informação precisa e concisa. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Carrion, proponente deste momento tão importante na vida de um jornal, de uma família, uma família que contribui no mundo da imprensa, da informação. Parabéns, nobre Vereador, que tão sabiamente, sugeriu que esta Casa, através dos seus Vereadores, representantes desta Cidade, fizesse esta justa homenagem a esse jornal pelo qual temos um carinho tão especial.

O Correio do Povo - e acredito que muitos compartilham comigo, Ver. Carrion - é um veículo de comunicação de muita relação íntima, de muito carinho, porque, como falou sabiamente o Ver. Garcia, é um jornal que tem a magia de falar muito com poucas palavras. Isso requer muito mais habilidade; isso requer muito mais velocidade de pensamento, porque, muitas vezes, tem que se fechar uma redação, tem que se comentar muita coisa, informar muita coisa com poucas palavras, e o jornal Correio do Povo vem para preencher uma outra lacuna que, se não fosse o jornal Correio do Povo, Ver. Carrion, essa lacuna não seria fechada por nenhum outro jornal, não que os outros jornais não preencham, não desempenhem uma grande função na sociedade, no mundo da informação, mas, com certeza, se o Correio do Povo não existisse, nenhum jornal conseguiria, ou melhor falando, até o presente momento, nenhum fecharia essa lacuna, esse vazio que somente o jornal Correio do Povo consegue fazer, que é um jornal objetivo, comprometido com a verdade - essa é uma de suas grandes riquezas. É um Jornal comprometido não só com a informação, mas com a verdade.

Quando você lê o jornal Correio do Povo, tem a certeza de que está lendo uma informação escrita por um jornalista, um profissional da área, alguém que está fazendo o seu trabalho como um sacerdócio, porque ele é comprometido com todas as questões deste Jornal, com assuntos no campo social, no campo tecnológico, no campo esportivo, enfim, é um Jornal muito abrangente. Também é um Jornal acessível quanto ao preço, quanto ao valor. É um Jornal que é adquirido, que está muito próximo de pessoas que têm o poder aquisitivo baixo, mas não só por terem poder aquisitivo baixo, pois pessoas que compõem uma faixa intelectual elevada também buscam informação neste Jornal. E aí não é pelo fato de ser um Jornal acessível quanto ao preço, eles vão na busca de uma informação correta e precisa, em busca de uma informação que sacie o seu comprometimento com a verdade - esse leitor com a redação.

Então, quando alguém pensa em ler uma boa redação - há outros jornais, também, mas eu destaco aqui o jornal Correio do Povo -, comprometida com a verdade e com a informação, pensa no jornal Correio do Povo.

Eu fico feliz que o jornal Correio do Povo está completando 110 anos. Tomara Deus que este Jornal dure muitos e muitos anos, e que Deus abençoe seus Redatores e seus Diretores com vida longa e saúde para os senhores e suas famílias!

A primeira informação sobre este humilde Vereador Elias Vidal foi publicada pelo jornal Correio do Povo. E isso eu tenho guardado com um carinho muito especial. E uma segunda informação aos senhores, assim como a V. Exª, Ver. Raul Carrion - que fico feliz por V. Exª ter tido essa iluminação, ser o proponente desta homenagem e trazer a nós, aos demais Vereadores, neste momento tão nobre - é o fato deste Vereador, um dia, ter vendido o jornal Correio do Povo, há muitos anos, quando adolescente, e vendia o Correio do Povo para ajudar no sustento da minha família, da minha casa.

Então eu tenho uma relação com o Correio do Povo já de longa data, só que, naquela ocasião, ele era volumoso, com muitas páginas, e hoje é um jornal com menos volume, mas o conteúdo e o compromisso com a verdade, com a informação continuam intactos. Saúde e paz, como diz o Ver. João Dib! Que Deus abençoe essa grande família: o jornal Correio do Povo! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

O SR. PAULO ODONE: Exmo. Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Saúdo o Ver. Raul Carrion, que é o proponente desta oportuna homenagem.

O Correio do Povo é uma entidade centenária como algumas entidades do nosso Estado. O meu Grêmio é centenário, e como o Correio, tem a sua história escrita nas páginas desde o tempo do Róseo e do Correio do Povo até hoje.

Este momento que nós estamos vivendo na nossa Nação, em um ambiente no qual só se acha o rumo da saída digna se tivermos transparência com a cidadania, com o que acontece, com o que se faz no mundo político, mais do que nunca o papel da imprensa se faz relevante, Ver. Carrion, por isso a oportunidade de o senhor fazer esta homenagem. Essa é a hora em que o Correio do Povo mostra a sua maior valia, não é só a obviedade dos nossos cumprimentos e agradecimentos ao Correio a cada ano que faz aniversário, mas é no momento crucial em que a Nação se volta para o que acontece em Brasília, primeiro chocada, depois frustrada e agora na esperança e na expectativa de que as nossas instituições possam, apesar de tudo, saírem fortalecidas, às vezes tendo que fazer a cirurgia, os cortes na sua carne que forem necessários. E o Correio não falhou no seu compromisso com a cidadania neste momento. Quem acompanhou pelo Correio o noticiário e os comentários em que o jornal se posiciona sobre o que acontece há quase três meses em Brasília, Ver. Haroldo, V. Exª que é um dos profissionais do grupo do Correio do Povo, sabe que de lá veio a informação precisa, objetiva, capaz de nos permitir ter as ferramentas para os nossos posicionamentos políticos aqui.

Nesta Casa que é plúrima e que retrata a vida da Cidade mais do que nunca um posicionamento independente como esse, para nós, é absolutamente questão de sobrevivência. Não há qualidade nos nossos debates, não há qualidade no nosso trabalho político, se não houver uma ferramenta capaz de nos habilitar, a todos, sobre a versão dos fatos. E essa nos é dada de forma objetiva, e não fugiu ao Correio esse papel, neste momento. É por isso, afora a obviedade de, a cada ano, repetir a festa de aniversário e os cumprimentos - assim como nós fazemos ao nosso Grêmio -, que se faz ao Correio com toda a justiça, nesta ocasião, mais do que nunca, ela era necessária, se faz necessária, e por isso também eu acho que todos nós devemos nos somar e podemos consensualizar que o Correio merece esta referência e esta homenagem.

Então, Dr. Carlos, ao Correio, longa vida! Não só em anos, mas longa vida ostentando essa postura que, para nós, é o farol que ilumina os fatos. E que cada um de nós vá, a partir daí, tomar a postura política que achar correta. Não é hora aqui de analisar os fatos ocorridos, mas, para depurar os fatos negativos, chocantes que abalaram nossa cidadania e a crença na corporação política nesta hora. O Correio, mais do que nunca, tem de manter acesos os seus faróis como tem feito. Leve aos profissionais do Correio, ao Armando Burd, que é um dos grandes tomadores de flagrantes da nossa vida política e coloca a nossa Casa, a Câmara de Vereadores, também sob o farol do Correio e da Rádio Guaíba para a população, os nossos cumprimentos, que o Correio tenha, como o meu Grêmio, essa longa vida! Muito obrigado. Parabéns!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Há 110 anos tinha início uma nova etapa na história das comunicações do nosso Estado. Pois, no dia 1° de outubro, do longínquo ano de 1895, começava a circular o jornal Correio do Povo. O Estado não seria mais o mesmo desde então, pois a informação deixava de ser privilégio de poucos para ser de domínio público.

O boato perdeu o espaço para a verdade. O “será” e o “talvez seja” cederam vez ao “sabemos que é” e ao “aconteceu de fato”.

A dúvida espalhada ao vento foi substituída pela certeza lida no Correio. As opiniões tornaram-se mais críticas, porque baseadas na realidade. As ações tornaram-se mais contundentes, porque baseadas em fatos.

A Cidade e o Estado aperfeiçoaram-se, e a população tornou-se, pouco a pouco, senhora da atualidade, intérprete da realidade, condutora de seu próprio destino.

Seriam impensáveis, hoje, o Rio Grande do Sul e Porto Alegre, sem o Correio, cujas páginas registraram, com fidelidade quase obsessiva, todos os fatos que fizeram a nossa história ao longo dos últimos 110 anos.

Não foi sem percalços essa caminhada, do mesmo modo que não foi sem causa o êxito obtido.

Pesquisei a respeito e fui encontrar, no primeiro editorial, a geratriz do sucesso do Correio do Povo. Lá estavam traçadas, com toda a clareza, as regras de conduta que haveriam de ser seguidas ao longo dos 110 anos de vida do Correio.

Relendo aquele editorial e analisando a trajetória do Correio, pude comprovar que os rumos éticos ali definidos foram seguidos como um verdadeiro breviário profissional e que seus ditames foram avivados e demarcados dia a dia, edição a edição, por todo esse largo tempo, pelas sucessivas gerações de dirigentes e profissionais que têm feito a história do Correio.

Nunca, como no tempo presente, a verdade e a confiança na informação foram tão necessárias.

Quando protagonistas importantes da vida nacional envolvem-se em situações críticas e criticáveis, quando corporativismos tecem teias protetoras em torno dos seus para mascarar fatos condenáveis pela opinião pública, quando instituições que deveriam ser responsáveis pelo exemplo de correção são surpreendidas em flagrantes de atentado ao interesse público, é preciso, antes de mais nada, que a verdade dos fatos seja de inteiro conhecimento público.

Nesse sentido, o Correio do Povo tem desempenhado um papel de inegável importância para o adequado esclarecimento da opinião pública, pois as notícias que estampam suas páginas têm o selo de Caldas Júnior, o que vale dizer que têm a marca do caráter de seu fundador, para quem a ética e a verdade estavam acima dos interesses pessoais ou corporativos.

Por isso é preciso destacar nesta Casa, com muito vigor, uma organização que, por ser assim especial, alcançou os 110 anos de existência, conservando a vitalidade da juventude aliada à segurança da maturidade.

E é exatamente isso que fazemos, hoje, homenageando os 110 anos do Correio do Povo, por uma feliz proposição do ilustre Ver. Raul Carrion, a quem cumprimento pela iniciativa.

Em nome da Bancada do Partido Progressista, que tenho a honra de integrar nesta Casa e que aqui está presente, na sua totalidade, ao lado dos nobres Vereadores João Dib e Mônica Leal, quero reafirmar ao Correio do Povo, aos seus dirigentes e a todos os colaboradores, toda a admiração que lhe temos e a garantia de nossa parceria incondicional na luta pelas grandes causas a que costumeiramente se devota.

Parabéns ao Correio do Povo por completar 110 anos de existência, na condição de um dos maiores jornais do País, sem jamais ter se desviado das diretrizes de seu fundador e por ter pautado, com ética inexcedível, os caminhos do equilíbrio, da imparcialidade e da credibilidade.

Diz o ditado que: “A voz do povo é a voz de Deus”.

Ora, a voz do povo afirma que: “Se saiu no Correio, então é verdade”!

Parabéns, então, ao Correio do Povo, um jornal comprometido com a verdade. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar eu gostaria de cumprimentar, com muita sinceridade, o grande Ver. Raul Carrion, por ter tido a idéia desta merecida homenagem aos 110 anos do jornal Correio do Povo, na Casa do Povo.

Gostaria de parabenizá-lo também, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, Ver. Raul Carrion, e também a querida companheira Manuela, pela grande vitória que obtivemos na Câmara Federal, e essa eleição enche de orgulho e de esperanças todos os democratas deste País.

Voltando à nossa homenagem ao jornal Correio do Povo, eu era criança e adolescente, em Iraí, na casa dos meus pais, e o resto do mundo chegava via Revista do Globo, revista O Cruzeiro, o Correio do Povo e também pelas ondas muito fortes da Rádio Guaíba. Assim eu podia ter uma visão do que poderia ser o mundo além da minha cidadezinha. Desde aquele tempo, e muito antes, o Correio do Povo é sinônimo de ética, de capacidade de informação, porque eu acredito que uma empresa jornalística, um jornal deve dar a notícia e mostrar a vida como ela é, colocando todos os lados das questões, todas as nuances entre “o branco e o preto” e, a partir dessa leitura, as pessoas poderão formar a sua opinião e poderão se identificar com um lado ou com outro lado de determinado problema.

E o Correio vem crescendo, como aqui foi dito, aperfeiçoando-se, multiplicando-se no interior do Estado - o Correio chega a todo o interior do Rio Grande do Sul e, inclusive, noticia os fatos que acontecem no interior do nosso Estado sem nunca perder, na sua trajetória, a integridade e a credibilidade. Para mim, o Correio do Povo compõe o café da manhã. Depois de lerem o Correio do Povo, as pessoas saem preparadas para enfrentar o seu dia-a-dia, um cotidiano às vezes tão duro.

Como aqui é uma Casa política, eu queria salientar algo que já foi dito: o Correio do Povo tem muita seriedade quando trabalha com as questões da política, e eu queria enfatizar a seriedade nas pesquisas eleitorais nos últimos dez anos, que sempre acabam confirmando os resultados finais.

Eu também queria, como o Ver. Professor Garcia, fazer uma alusão ao jornalista Armando Burd, pois eu acho que ele consegue, com muito talento, provar que menos é mais; com frases muito curtas, ele consegue dizer muita coisa com muita sagacidade e inteligência, sempre com aquela necessária ironia. Ele instiga as pessoas que lêem a sua coluna a concordar ou a discordar dele, mas leva-as a refletir, leva-as a pensar, coloca um ponto de interrogação na cabeça dos seus leitores.

Eu creio que outro aspecto do Correio do Povo que merece ênfase é que ele se afina muito com as marcas, com as identidades mais fortes do Rio Grande do Sul. Nós saímos agora da Semana Farroupilha, da Expointer, e o Correio do Povo faz um trabalho de muita valorização do setor rural, da produção agropecuária no nosso Estado.

Para mim, ética diz respeito a uma postura de vida, uma postura de vida, Ver. Haroldo, no dia-a-dia, no cotidiano, e eu acho que tem a ver com uma coerência entre aquilo que a gente pensa, aquilo que a gente fala e como a gente age. E eu acho que, na informação, o Correio do Povo é sinônimo de ética, porque ele trabalha com pluralidade, isso já falei aqui, apresenta todas as visões, todos os lados dos problemas, mas, mais do que isso, reconhece as diferenças e não tem nenhum preconceito em relação a qualquer fato; sendo humano e sendo da vida, o fato aparece no Correio do Povo, às vezes até numa frase pequena, menos é mais, mas também a ética diz respeito, para mim, à busca da verdade, à busca daquilo que é verdade.

Enfim, com muita sobriedade e integridade, eu quero falar, não posso deixar de falar na área da Cultura, no serviço que este jornal presta às artes e à cultura da nossa Cidade, do nosso Estado, do nosso País e do mundo, divulgando, repercutindo, refletindo. É muito importante essa cobertura, e aqui também vai um abraço muito sincero ao Tiaraju, meu amigo. O serviço que o Correio do Povo presta na Feira do Livro, trabalhando junto com a Feira, depois naquela festa dos vencedores, também é algo que já faz parte da vida cultural de Porto Alegre. Pelo padrão clássico, por tudo aquilo que já foi dito aqui hoje, pelos demais Vereadores, aceite, Dr. Carlos Bastos Ribeiro, o abraço e o respeito meus e da Bancada do meu Partido, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, aqui presente. Queremos cumprimentá-los todos e também toda a empresa, os funcionários, os jornalistas, os fotógrafos, todos os colaboradores, por esse legado, por esse patrimônio que já existe, pelo trabalho que é realizado no presente e, mais do que isso, por tudo ainda que esse jornal fará pela cidade de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com muita satisfação que venho hoje a esta tribuna para endossar e reforçar a homenagem que presta esta Câmara de Vereadores pelo transcurso dos 110 anos do jornal Correio do Povo.

Quero dizer que faço parte da Bancada do PDT, composta pelos Vereadores Dr. Goulart, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Nereu D’Avila e Mario Fraga.

Endosso as palavras dos Vereadores que me antecederam no sentido de reforçar que, de maneira muito direta, muito objetiva, o jornal Correio do Povo vem contribuindo, trazendo notícias não só de Porto Alegre, mas do nosso Estado, do Brasil e do mundo, para o dia-a-dia dos porto-alegrenses e da comunidade gaúcha de modo geral.

Quero cumprimentar o Dr. Carlos Ribeiro Bastos pelo brilhante trabalho, endossando e reforçando a forma coerente, isenta e responsável com que o jornal vem reproduzindo os fatos nas suas colunas por intermédio dos seus jornalistas. Foi reforçada aqui a questão das pesquisas eleitorais que recentemente tivemos; o jornal Correio do Povo ficou muito próximo da realidade em relação ao que as urnas nos mostraram nas eleições, por ser também o jornal mais antigo, por ser um jornal imparcial. E também cumprimentar pela forma dinâmica, pois sabemos que aos sábados podemos constatar, nos classificados, uma gama bastante grande da movimentação do comércio que se cria em torno dos classificados do jornal Correio do Povo, dessa marca que já está gravada pela seriedade e pela competência com que os classificados do jornal Correio do Povo trazem as diversas promoções, os diversos encartes que os leitores colocam por meio dessa ferramenta, desse instrumento, que são os classificados.

Quero aqui também agradecer - assim como o fez a Verª Margarete Moraes - ao jornalista Armando Burd, que tem atribuído a sua responsabilidade de relatar os fatos políticos que ocorrem, que dizem também respeito a este Poder Legislativo.

É muito oportuno, Ver. Raul Carrion, que nós registremos, como fazemos hoje, neste período de Comunicações, o transcurso do aniversário dos 110 anos do jornal Correio do Povo.

Trago aqui o abraço, o reconhecimento fraterno da nossa Bancada, destacando também o agradecimento do Ver. Mario Fraga, e hoje inclusive há uma notícia a respeito do Vereador também neste jornal, neste veículo de comunicação. Meus cumprimentos, parabéns, e vida longa ao jornal Correio do Povo. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Carlos Ribeiro, Diretor Administrativo do jornal Correio do Povo, está com a palavra.

 

O SR. CARLOS RIBEIRO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome de meu irmão, Renato Bastos Ribeiro, Presidente da empresa, e dos demais diretores e funcionários do jornal Correio do Povo, quero agradecer dizendo que estamos honrados com a homenagem que a nossa Câmara de Vereadores presta hoje ao jornal, que comemora os seus 110 anos no próximo sábado.

Desde que foi fundado, em 1º de outubro de 1895, o jornal Correio do Povo tem sua história entrelaçada com a história do Rio Grande. Nossas conquistas são as conquistas do povo gaúcho; nossas tristezas são as que fizeram chorar a nossa gente. Imparcial, independente, isento e pluralista, o jornal Correio do Povo vem, ao longo das décadas, defendendo sempre a democracia, a livre iniciativa, a família e as liberdades de expressão e de opinião.

Nosso compromisso com a defesa intransigente dos interesses do Rio Grande e dos gaúchos está acima de qualquer outra consideração.

Mais de uma centena de anos e dezenas de milhares de edições nos fizeram conquistar o respeito da população gaúcha e brasileira. Bastou, para isso, seguirmos os exemplos que a nossa própria história nos forneceu.

Credibilidade é o nosso maior patrimônio, um patrimônio que não se conquista da noite para o dia. Nossa credibilidade é fruto de um trabalho realizado, com muito esforço e competência, por milhares de colaboradores, ao longo de várias gerações, a cada dia, a cada edição do jornal Correio do Povo.

Um jornal é uma construção diária, é um recomeçar a cada manhã. É, principalmente, o resultado do trabalho de milhares de pessoas ao redor do mundo que termina por se concretizar, nas madrugadas, em folhas impressas que são muito mais que papel e tinta. Essas folhas carregam informações, sentimentos, tragédias, alegrias, emoções, histórias e esperanças que só fazem sentido quando chegam aos leitores, objetivo maior de nosso esforço.

Por esta homenagem e pela confiança em nós depositada ao longo dos anos, muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Esta Presidência dá por finalizada esta homenagem aos 110 anos do jornal Correio do Povo. Tudo que poderia ser dito foi muito bem dito, e restaria, apenas, dizer que não conhecemos melhor história senão aquela contada pelos jornais, no caso, pelo jornal Correio do Povo que, inquestionavelmente, é radar, porque no dia-a-dia recolhe os mais diferentes acontecimentos. E é farol na medida em que aponta, através do conjunto do pensamento, as informações que são dadas à população.

Portanto, Dr. Carlos Ribeiro, receba as nossas homenagens, receba os nossos cumprimentos, não só pelo que o jornal representa, pelos seus funcionários, mas, em especial, a V. Sª que tão elegantemente se comunica com a sociedade gaúcha, sempre à frente dos acontecimentos, quer sociais, quer políticos. Leve ao Diretor-Presidente, Sr. Renato, as nossas saudações, aos funcionários, enfim, a essa grande família que é o jornal Correio do Povo, que vem prestado relevantíssimos serviços há mais de um século, contando a história do Rio Grande e do Brasil.

Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h26min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 15h33min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Grande Experiente, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo, e faz uma transposição com o Ver. Raul Carrion.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, pedi ao Líder de minha Bancada este tempo, porque queria, no primeiro dia após a grande batalha parlamentar de ontem, fazer um registro, não necessariamente em nome de minha Bancada ou de meu Partido, mas uma avaliação que me sinto em condições de fazer depois de ter acompanhado o relevante episódio eleitoral de ontem na Câmara dos Deputados. E o meu primeiro registro, quero que seja o de cumprimentar, registrar aqui os nossos cumprimentos ao Dep. Aldo Rebelo, que chega à Presidência da Câmara na culminância de uma carreira parlamentar - a expressão não é do meu agrado, mas ela define bem o andamento de uma atividade política -, relativamente curta à atividade parlamentar naquela Casa, a partir de 1990, mas sempre revelou um conjunto de qualidades que nem sempre se encontram, especialmente se conjugadas: firmeza e equilíbrio, coragem e sobriedade. É tão comum vermos na vida pública a bravata em vez da coragem ou a apatia em vez da serenidade. E é bom registrar que a Câmara escolheu e escolheu bem. Embora eu não tivesse voto, estava identificado com a liderança de Michel Temer no apoio que transferiu à candidatura de Thomaz Nonô. Mas, me inscrevi desde logo, solitariamente, porque nem em Porto Alegre eu estava, entre aqueles que festejavam o nível que se alcançou nesta disputa, sinal de que a Casa aprendeu a lição amarga de sete, oito meses atrás. Foi uma lição tão amarga que se assistiu a um exercício de transferência de responsabilidade por parte de todos que participaram do processo. Em verdade, Severino não foi eleito pelos que votaram nele; ele foi eleito pelos que votaram nele e pelos que, errando, permitiram uma solução absolutamente anômala. É comum na radicalização do processo parlamentar - nós sabemos disso, somos todos parlamentares - mudar o nível da representação, mas não mudar o caráter dela. E nós sabemos que a radicalização abre espaço, com muita freqüência, às piores manifestações do espírito humano e também da atividade parlamentar.

Então, lendo os jornais de hoje, eu vejo como se fosse um tratamento excepcional a informação de que o “baixo clero” negociou com o Governo para definir a eleição. Em primeiro lugar, essa expressão “baixo clero”, acho um pouco equívoca, mas definidora de um perfil; esse perfil negocia com quem aparecer pela frente. Não tenhamos dúvidas de que as mesmas pessoas que buscaram o Governo para negociar o apoio, buscaram a candidatura da oposição, até porque esse comportamento é perfeitamente ecumênico, pensando apenas nos seus interesses. Então, eu não vejo porque deslegitimar a vitória de Aldo Rebelo, porque supostamente teria negociado com setores contaminados pela atual crise. Houve setores que, se não obtiveram êxito não estão dispensados, também, da responsabilidade da negociação. E o fato de ter havido uma negociação menor, ela acontece, também, nesses corredores, mas isso não inviabiliza a noção do caráter superior do debate parlamentar no momento alto como ontem viveu a Câmara dos Deputados.

Eu estaria fazendo esse registro com diferenças de fatos, se houvesse ocorrido a vitória de Nonô; tendo havido a de Aldo Rebelo, faço este registro, e também consigno meus cumprimentos aos seus companheiros de Partido; embora não tenha sido uma vitória partidária, foi uma vitória política. Quero registrar os meus cumprimentos à Líder, Verª Manuela d’Avila, e ao nosso colega Vereador Raul Carrion.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ibsen, obrigado pelo aparte, V. Exª talvez seja a pessoa mais indicada para opinar sobre o que vou questionar. Na eleição do Severino Cavalcanti, longe de gostar dele, longe de achar que ele tinha condições de coordenar a maior Casa Legislativa do nosso País, longe de este Vereador achar que ele tinha condições, mas naquele momento, a meu ver, aconteceu um fato positivo, pela primeira vez eu vi o Legislativo, que é uma Casa independente, ter realmente a sua independência. Eu vou lhe fazer uma pergunta e sei que V. Exª tem condições de falar sobre esse assunto. Como é que nós podemos enxergar as interferências dos Executivos, tanto Municipal, como Estadual e Federal, nas eleições dos líderes do Poder Executivo? Como V. Exª explica e como V. Exª entende esta interferência, se nós temos três poderes independentes? É este o questionamento que lhe faço. Obrigado.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Nobre Vereador, eu vou pedir ao Ver. Carrion um pouco de paciência, porque eu sou capaz de esquecer a sua pergunta. Eu respondo a V. Exª para dizer que considero perfeitamente normal a interferência política do Poder Executivo nas disputas políticas do Parlamento. Ele está tão presente quanto todos nós, através dos Partidos, da mesma forma que nós interferimos na composição do Poder Executivo, indicando, apoiando, participando da nomeação de cargos e secretários. O sistema presidencial não dispensa essa participação dos poderes políticos na medida da identificação política e partidária. Acho perfeitamente natural que haja essa participação pelo caráter político das decisões.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Excelentíssimo Ver. Ibsen Pinheiro, eu queria em primeiro lugar, saudar a sua manifestação, manifestação de elevado nível, agradecer pelos cumprimentos, e dizer que, no entender do PCdoB, corretamente como disse V. Exª, não foi uma vitória do Aldo Rebelo, não foi uma vitória do PCdoB, acho que sequer poderia se chamar a base mais sólida do Governo Lula, esquerda, PSB, PCdoB e PT. Eu creio que o Congresso percebeu a necessidade de nós darmos um passo no sentido da superação dessa grande disputa política. Eu gosto mais de dizer que é uma disputa política e não uma crise. Acho que a candidatura do Aldo significou, neste momento, a busca de um diálogo maior entre as forças que querem um projeto transformador do Brasil. O Aldo, o PCdoB apóiam o Governo Lula, mas têm uma visão crítica a uma série de questões, uma posição de independência, e querem trabalhar no rumo de um verdadeiro Governo de coalizão, que talvez tenha sido uma das causas dessa crise que se vive hoje.

Nós entendemos que é preciso recompor o campo das forças democráticas e populares no nosso País, e com toda a certeza entendemos que o PMDB, o PDT e muitos outros Partidos fazem parte desse campo. Nós temos que discutir um projeto de Nação para este País e, nesse sentido, superar essas contradições. Muito obrigado.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Agradeço a manifestação de V. Exª e encerro, Sr. Presidente, saudando também uma ponderada declaração do Deputado Aldo Rebelo, que talvez cause a ele algumas dificuldades. Disse S. Exª que conduzirá o processo da culminância da crise política que vivemos, o julgamento político dos parlamentares denunciados com isenção. E não lhe faltou coragem para dizer que se encontrar sinais de falta de provas, ou de inocência, se manifestará. O devido processo legal pertence muito mais aos culpados que aos inocentes. É muito fácil defender a presunção de inocência para um Cardeal, ou para Oscar Niemayer, figuras acima do bem e do mal. O difícil é defender a presunção de inocência de alguém que esteja sob ataque, sobretudo sob ataque público. Então, acho que a conduta de Aldo Rebelo - isto se aplicaria também a Thomaz Nonô - será a condução equilibrada de magistrado, capaz também de perceber os riscos da injustiça, para que não passe a idéia tão singela quanto equivocada de que o julgamento político dispensa, sim, de fundamentação. Não. Qualquer julgamento - político, administrativo, judiciário e até desportivo - não se faz sem o devido processo legal e sem a fundamentação. Nessas condições, penso que a manifestação do Presidente eleito conforta-se com o seu passado e oferece à Câmara dos Deputados e ao País a garantia de uma conduta equilibrada e voltada para o interesse nacional e o interesse da Casa Legislativa que ele presidirá. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Raul Carrion.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos os que nos assistem nas galerias e pela TVCâmara, o dia de hoje é muito importante para o meu Partido, o Partido Comunista do Brasil, mas eu não tenho dúvidas de que também é um dia com muitos significados para o povo brasileiro, para a Nação brasileira, para aqueles que constroem com o suor dos seus trabalhos este País maravilhoso em que todos nós vivemos.

Um comunista, Aldo Rebelo, foi eleito Presidente da Câmara dos Deputados do nosso País; um comunista, Aldo Rebelo, no dia 28 de setembro de 2005, foi eleito Presidente de uma Câmara dos Deputados em crise e de um País, em certa medida, mergulhado em uma crise institucional. Isso tem muitos significados para o povo brasileiro.

Quem é Aldo Rebelo? Nós poderíamos dizer que é um dirigente do nosso Partido, Ver. Raul Carrion, com quatro mandatos na Câmara dos Deputados, com dois mandatos de Vereador em São Paulo; aquele mesmo Deputado que fez a CPI da Nike, e que foi severamente vigiado pelos interesses do futebol e de algumas das pessoas envolvidas no futebol do nosso País. Mas Aldo Rebelo, hoje e ontem, já significava muito mais do que isso: Aldo Rebelo foi Presidente da UNE no ano em que eu nasci; Aldo Rebelo foi o Presidente que reconstruiu a União Nacional de Estudantes, um instrumento de luta, talvez o maior instrumento de lutas da juventude do nosso País; Aldo Rebelo foi quem idealizou e presidiu pela primeira vez a União da Juventude Socialista, da qual eu faço parte e que hoje tenho o orgulho de presidir aqui no nosso Estado.

Foram de Aldo as palavras do Estatuto da UJS, que dizia que somos jovens operários, camponeses, artistas, estudantes, intelectuais, jovens de todos os cantos deste País, e que queremos mudar profundamente a realidade desta juventude e deste povo tão sofrido.

Portanto, eu podia dizer que Aldo é alguém com uma relação gigantesca com as lutas da juventude no nosso País. Mas, hoje, a eleição de Aldo tem um significado todo diferente: nós podemos dizer que é a primeira vez na história deste País, de um País com uma tradição fantástica de lutas do seu povo, que os comunistas chegam a ocupar um espaço tão significativo da vida política brasileira. É a primeira vez na história do nosso País que nós conseguimos, de fato, aglutinar amplos setores para além dos setores da esquerda - não para salvar, porque não acreditamos nunca em salvações - para reconstruir a imagem do Congresso Nacional e colocar esse Congresso a trabalho do seu povo; colocar esse Congresso para, de fato, lutar pelos direitos do povo brasileiro.

Nós podemos dizer - como disse o Ver. Maurício Dziedricki, em um texto que escreveu - que ontem foi o dia em que o Poder Legislativo brasileiro se rebelou. E se nós formos olhar o significado da palavra “rebelar” no Dicionário Aurélio, vamos ver que pode significar tornar-se rebelde, revoltar-se, mas que pode também significar insurgir-se. Mas rebelar-se vai muito além de nós nos insurgirmos ou de nós, pela primeira vez, nós comunistas, ocuparmos esse lugar. Significa, sem sombra de dúvidas, um novo momento na história do nosso País; significa, sem sombra de dúvidas, um diferente momento na vida política brasileira; significa uma vitória da democracia, uma democracia que por vezes é tão sólida, Verª Maria Celeste, mas, na maior parte das vezes, o nosso País é tão frágil, e nós vemos até hoje muitas perseguições e muitas interpretações equivocadas do que somos nós, comunistas, aqueles que querem transformar a sociedade.

Significa também, para nós, que somos do Governo Lula e que acreditamos que este Governo tem a possibilidade de mudar o nosso País, de fazer um novo tempo.

Significa também que esse Congresso, nas palavras de Aldo, não vai ser dirigido por um tirano, por aquele que quer construir uma facção ou que quer construir, simplesmente, um Governo. Mas significa, também nas palavras de Aldo, que esse Congresso, que essa Câmara dos Deputados vai ser dirigida por um nacionalista, por alguém que ama este País e ama este Estado como poucas pessoas que eu conheço. Como poucos gaúchos que eu conheço Aldo Rebelo ama o Rio Grande do Sul e o conhece, Ver. João Antonio Dib, quase como a palma de sua mão.

Significa também que nós elegemos todos os brasileiros, porque todos os brasileiros estão representados por pessoas eleitas de maneira legítima na Câmara dos Deputados. Significa também que nós elegemos alguém que defende a soberania nacional acima de qualquer outra coisa, porque só vamos ter um país desenvolvido quando tivermos um País soberano.

Significa que temos hoje, sim, um comunista Presidente da Câmara; um Presidente da UNE, Presidente da Câmara; um Presidente da gloriosa União da Juventude Socialista, Presidente da Câmara. Mas significa também que temos alguém que defende a cultura deste País e que entende e que luta para que essa cultura seja preservada dos ataques, porque ela é, permanentemente, atacada.

Significa que o nosso povo, Ver. Carrion, teve uma vitória muito importante, seja porque temos alguém à altura da Câmara dos Deputados, alguém que quer ver a Câmara dos Deputados trabalhar para a construção deste País, seja porque temos um dos filhos deste povo, um dos filhos de verdade deste povo, um alagoano tranqüilo, não por ser apático, como bem disse o Ver. Ibsen Pinheiro, mas por ter em si uma tranqüilidade que muitas vezes questionamos quando estamos com ele, onde ele realmente está, porque o ambiente interfere tão pouco e tanto em Aldo Rebelo, que nós, muitas vezes, não conseguimos alcançar aquela opinião que expressa naquele preciso momento, de maneira tão apropriada como quase sempre expressa - porque ninguém é perfeito, e não o estou tratando como se fosse.

 O tempo é curto para expressar uma felicidade tão grande do nosso Partido e, tenho convicção, do povo brasileiro. Mas eu queria sintetizar a vitória de Aldo Rebelo numa frase que ele usou no seu discurso, ontem, quando cita Frei Caneca. Na minha opinião, resume também a luta do povo brasileiro por um Congresso que trabalhe, que lute contra a corrupção de maneira clara, objetiva, com regras reais, não com regras subjetivas. Dizia Frei Caneca, pouco antes de marchar para o fuzilamento (Lê.):”Quando a Pátria sofre, os olhos do patriota se fecham a tudo: aos filhos, às lágrimas da esposa, às lamentações dos pais. O coração, cheio de piedade pela Pátria, não reserva nenhum lugar para outras afeições; todas as paixões emudecem. Se a Pátria faz soar a sua voz imperiosa, o patriotismo não hesita, não se demora: marcha a pé e firme, com intrepidez; a cor do rosto não se lhe altera à vista dos perigos e dos cadafalsos”.

Viva a vitória do povo brasileiro! Viva a todos os lutadores e lutadoras deste País que, com suas vidas e com o seu suor, constroem a verdadeira democracia brasileira, a democracia para todos e não para poucos! Muito obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, explodiu, na imprensa nacional, especialmente nos hebdomadários de grande circulação no País, o escândalo do futebol. O juiz de futebol manipulava resultados de acordo com interesses de quadrilhas que, comprando, subornando o juiz, alteravam ações, alteravam resultados, alteravam prêmios e, conseqüentemente, influíam diretamente no resultado das partidas e tiravam a credibilidade de uma das coisas mais críveis e mais interessantes que existe na cultura do País, que é o País do futebol.

Pois, com todo o respeito que eu tenho pela Verª Manuela, com todo o apreço que eu tenho pelo Partido Comunista Brasileiro, e torcendo, e desejando, ardentemente, que a mudança na Presidência da Câmara Federal se dê de uma forma com que pelo menos, ao que parece, um homem de bem foi conduzido à magistratura maior do Congresso Nacional, a nossa torcida está apenas com um medo, com um temor, expresso pela cronista Ana Amélia Lemos, no dia de hoje, no Jornal Zero Hora (Lê.): “Mais do mesmo - Alheio à indignação da sociedade com o escândalo do “mensalão” desvendado pelas CPIs, o Governo banca, na eleição da Câmara Federal, o mesmo expediente de compra de votos, de forma escancarada.

Não pode acusar a imprensa de denuncismo depois do toma-lá-dá-cá nos últimos dias para conseguir votos ao candidato Aldo Rebelo. Fez mais, agora, usando o mesmo procedimento que tanto condenou nos Governos anteriores em situações análogas”.

Esse é o trecho assinado pela Ana Amélia Lemos, e não sei por que, Ver. Paulo Odone, ou melhor, sei muito bem por que estão associados o procedimento daquele juiz, réu confesso, que hoje foi libertado, porque parece que é réu primário, e o que diz Ana Amélia, no jornal Zero Hora de hoje, sobre a compra escancarada de votos. É isso que me faz temer, é isso que me faz, como um Vereador de oposição, vir aqui denunciar que, apesar de toda a credibilidade do novo Presidente da Câmara Federal, se isso o que a nossa comentarista em Brasília diz é verdade, desgraçadamente, para o nosso desencanto, para o restinho de esperança que poderia existir nesse caso, a coisa começa muito mal. Tomara que eu esteja completamente errado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ouço o Ver. José Ismael Heinen.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Eu gostaria de registrar três óbitos que marcaram muito a família porto-alegrense: a do nosso radialista Paulo Solano; também a do Presidente da Associação dos Funcionários do Banco do Brasil, Hideraldo Luiz Marcondes; e, por fim, um colega meu de profissão, médico também, Demóstenes Feira e Silva.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Para o Sr. Hideraldo nós fizemos a homenagem póstuma de um minuto de silêncio na Sessão de ontem.

Deferimos o pedido em relação ao Sr. Paulo Solano e ao Sr. Demóstenes Feira e Silva.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N. 4804/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 227/05, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que denomina Rua Zanela um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. N. 5539/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 259/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que institui a Semana do Servidor Público Municipal a ocorrer, anualmente, no mês de outubro, na semana que abranger o dia 28, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. N. 5586/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 006/05, que altera dispositivos da Lei Complementar n. 197, de 21 de março de 1989 e dá outras providências. (transmissão de imóveis)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 5131/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 038/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a utilização do solo urbano no Município, adequando-o ao cumprimento da função social da propriedade e ao disposto no Estatuto da Cidade, regulamenta os arts. 203 a 206 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e revoga a Lei Complementar n. 312, de 29 de dezembro de 1993. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 5558/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 130/05, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera a Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, acrescentando ao inciso III do art. 216 a expressão ou pilcha gaúcha, após a expressão traje passeio completo.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 2612/03 – SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que altera o art. 2º da Resolução n. 1.510, de 6 de novembro de 2000, que institui o Prêmio Mário Rigatto, cuja outorga se dará mediante proposição de Vereador com  recomendações anexas do CRM, da AMRGS e do SIMERS, ao PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 053/03, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo.

 

PROC. N. 4441/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 210/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que denomina Rua João Pacheco o logradouro não-cadastrado, atualmente denominado Rua Odorico Fantinel, localizado no Bairro Belém Novo, e revoga a Lei n. 8.356, de 13 de outubro de 1999.

 

PROC. N. 5300/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 255/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, que isenta o cidadão desempregado do pagamento da taxa de inscrição em concursos promovidos por órgãos públicos do Município. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 5457/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 258/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Largo Ernesto Ordovás o logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rio Branco.

 

PROC. N. 5473/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 017/05, que dá nova redação ao “caput” do art. 1º da Lei n. 7.613/95, que dispõe sobre gratificação individual de produtividade técnico-jurídica, modifica a redação do “caput” do art. 2º da Lei n. 7.690/95, que institui gratificação de incentivo técnico aos funcionários detentores de cargo para cujo provimento seja exigida formação universitária ou habilitação legal equivalente.

 

4ª SESSÃO

 

PROC. N. 5244/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 125/05, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que altera a Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, incluindo art. 139-A e parágrafo único no art. 154, criando critérios para a utilização da tribuna por ocasião do Grande Expediente e do comparecimento de autoridades.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje eu quero falar com o Ver. Bernardino Vendruscolo, porque o Executivo apresenta um Projeto de Lei que altera dispositivos da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989, e dá outras providências. É sobre o ITBI. Por essa Lei - e eu fui um dos que nela votou -, o Prefeito, na oportunidade, Sr. Olívio Dutra, passou a receber um recurso que o Município não recebia - esse recurso era do Estado. Assim como em relação ao IPVA, passou a receber 50% do montante pago, na hora; e assim como o ICMS, que o Município passou a dividir o bolo de 25% do recolhimento do Estado, e não 20% como recebíamos antes. Então, houve uma série de melhoras para o Executivo. E, curiosamente, essa Lei foi sancionada por aqueles que terminaram sendo Prefeitos: Sr. Olívio Dutra, Prefeito então, depois o Sr. João Acir Verle, que era o Secretário Municipal da Fazenda e o Tarso Fernando Genro, Secretário do Governo Municipal. E a alteração que essa Lei sofreu posteriormente o Prefeito Raul Jorge Anglada Pont também sancionou, há a sua assinatura na Lei. Dessa forma, disse que eu ia falar com o Ver. Bernardino Vendruscolo, e acho que o Projeto de Lei do Executivo é muito mais amplo do que aquele que o Vereador apresentou aqui, que foi vetado, mas acho que as idéias do Ver. Vendruscolo também devem ser analisadas para alterar alguma coisa, talvez, na propositura do Executivo Municipal.

O ITBI é uma fonte de Receita muito importante para a Prefeitura. No ano de 2002 a previsão de arrecadação era de 43 milhões de reais e o Município arrecadou 55 milhões 749 mil reais. Em 2003 a previsão era de 58 milhões de reais e o Município arrecadou só 55 milhões de reais. Em 2004 a previsão era de 71 milhões de reais e o Município arrecadou só 64 milhões de reais. Em 2005 a previsão é de 62 milhões de reais e eu acho que o Município vai chegar a 70 milhões de reais. Esses anos em que houve redução no pagamento do ITBI devem ser exatamente aqueles anos, aqueles momentos em que o Ver. Vendruscolo coloca como dificuldade de os contribuintes fazerem o pagamento do ITBI numa única parcela. O Executivo está abrindo possibilidade de fazer o pagamento em seis parcelas, dando validade a esta Lei no prazo de 180 dias. Acho que alguma coisa precisa ser feita, o ITBI tem que ser pago e essa grade que eu aqui demonstrei - de 2002, 2003, 2004 e agora 2005 -, mostra que há dificuldades, sem dúvida nenhuma, no pagamento desse Imposto, que é uma fonte muito boa para a Prefeitura. Eu acho que, se parcelar, a Prefeitura vai receber mais ainda, porque os famosos contratos de gaveta vão desaparecer.

Por isso eu disse, Ver. Bernardino, que eu vou falar com V. Exª, porque é autoridade no assunto, V. Exª entende mesmo e, de repente, alguma coisa pode ser melhorada, porque político é aquele que tem sensibilidade e capacidade de resposta, e eu acho que a resposta será dada sentindo os anseios da população. E os conhecimentos de V. Exª ajudarão por certo a fazer um Projeto muito bom.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, V. Exª sabe da admiração que tenho pela sua experiência e pela pessoa que é aqui conosco. Eu quero agradecer-lhe por essa referência. Como Vereador, estou analisando ainda o caminho que tomaremos em razão do Veto e da apresentação de um Projeto semelhante. De qualquer sorte, fica o nosso registro, cumprimentando-o nesse sentido.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vereador, quem tem competência não precisa agradecer. A gente usa a competência e é o agradecimento que a gente leva. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta, por transposição de tempo do Ver. Carlos Comassetto.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós gostaríamos de cumprimentar o Ver. Maurício Dziedricki por um evento extremamente importante dentro das comemorações do Dia do Funcionário Público, um Projeto que institui a Semana do Servidor Público Municipal no mês de outubro, passando a integrar o Calendário Oficial de Eventos da nossa Prefeitura Municipal. O Estado, como um ente abstrato, um senso amplo, um sensu lato, passou a ser uma válvula de escape de atividade imensa, especialmente quando esse próprio Estado, deixando de promover o desenvolvimento, serviria de válvula de escape para essa mão-de-obra solta no tecido social e que, por muitas vezes, da ociosidade para a miséria, o Estado socorreu a sociedade, tornando-se ele mesmo, por esse motivo, por ser causa direta de desemprego, com a absorção dessa mão-de-obra, criando às vezes, como foi no tempo da ditadura, mais de 40 estatais no Rio Grande do Sul. Como válvula de escape da intensa incompetência da sociedade em prover as necessidades de trabalho e realização pessoal dos habitantes do nosso País, este Estado tem provocado, quando nos movimentos ondulatórios de atrofia e diminuição de sua imensa impotência e de sua obesidade, tornando-se um Estado pequeno e mais ativo. O Estado passa a ser obrigado a fazer aquilo que todos os empresários fazem em época de crise: enxugar a folha de pagamento. E quem sofre mais direto na pele - porque durante as crises a responsabilidade fica por conta da incompetência dos funcionários, e não dos dirigentes, que indiscutivelmente levam este País, levam a máquina pública para frente, vêm e trabalha diariamente - é o servidor público. Ele é o responsável pelo progresso das cidades, do Estado, do País, mas especialmente é também um dos maiores injustiçados, porque a pecha de mau funcionário está muito ligada ao desligamento dessas pessoas da máquina pública.

Por isso o Ver. Maurício Dziedricki, com muita felicidade, propõe que seja festejada a Semana do Funcionário Municipal. Este funcionário Municipal, que tem na cidade de Porto Alegre uma média salarial - que não é baixa em relação às outras cidades brasileiras - de mais de dois mil reais, mas, mesmo assim, pela importância do seu trabalho, pela sustentabilidade de um sistema feito com apoio - apoiado, baseado, neste tipo de trabalho -, o funcionário Municipal não só merece essas homenagens, e a mensagem que se faz para todos os governantes é que os funcionários públicos estão cansados de ser homenageados; eles precisam do reconhecimento dessa importância através de outras promoções, que possam, eventualmente, onerar os Cofres Públicos, mas, principalmente, possam, ao mesmo tempo, fazer com que essa máquina pública seja muito eficiente, muito mais azeitada, e muito mais compatível com as demandas da sociedade, onde o Estado sempre foi um algoz, às vezes cruel, inclusive para a sua própria violência, contra o funcionário público.

Por isso, ao Ver. Maurício Dziedricki, os meus parabéns pelo Projeto homenageando os funcionários e, principalmente, dando suporte em suas lutas, entre elas, as questões salariais, as questões de debate tão atual.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, Vereadoras, todos que acompanham os trabalhos aqui e também nas suas casas através da TVCâmara. Eu, hoje, queria dedicar esta minha intervenção na Pauta basicamente ao Projeto de Lei Complementar n° 038/05, de minha autoria. Talvez, Verª Maristela, um dos meus Projetos mais importantes nesta Legislatura. Eu colocaria, junto com este, pela importância, aquele das obras de arte e alguns outros; mas este aqui, certamente, por nós estarmos com toda uma atuação na área habitacional, ganha uma relevância fundamental. É um Projeto complexo - como já disse outro dia - que merece um estudo acurado e contribuições da Casa, e nós queremos expô-lo aos colegas.

Antes de nos aprofundarmos nesse Projeto, eu queria também manifestar, Ver. Elói, a minha concordância com seu Projeto de Resolução nº 130/05, que trata da possibilidade de os Vereadores utilizarem, além do traje passeio completo - que é uma tradição, digamos, muito mais européia até do que a nossa -, também a pilcha gaúcha que é, pelo que eu saiba, assegurada na Assembléia Legislativa e até no Congresso Nacional, se não estou equivocado. Eu creio que em boa hora o seu Projeto vem a esta Casa e terá certamente o apoio de todos os Vereadores.

O Projeto a que eu me referia diz respeito à questão da função social da propriedade. É importante dizer que em 1988, na Constituição Cidadã, houve uma mudança fundamental, Ver. Comassetto, no conceito do direito de propriedade. A Constituição de 1988, de forma moderna, superou aquela visão de propriedade privada individual absoluta da terra urbana e substituiu este conceito, Ver. Dib, pelo conceito de função social da propriedade urbana. Por que, Ver. Dib? Porque a Cidade não é uma terra nua, a Cidade é uma construção social. A terra só tem valor porque é uma construção social: ali em cima há a água, há o esgoto, há a energia elétrica, há o comércio, há as salas de aula, há os postos de saúde, os hospitais; em suma, ela se valoriza por isso. Por isso, um hectare de uma terra lá em Encruzilhada valendo, digamos, mil reais, aqui em Porto Alegre pode valer cinco milhões um hectare, como era o que se falava da área do Quilombo da Família Silva. Portanto, em se tratando de terra urbana, não pode o seu proprietário sentar em cima e dizer “eu faço o que eu quero desta terra”.

Então, o art. 182 e o art. 183, Verª Manuela, colocaram essa questão e uma série de instrumentos: o IPTU progressivo no tempo, a edificação compulsória, o parcelamento compulsório e a desapropriação por títulos da dívida pública é a única exceção que a Constituição abre para o solo urbano não-utilizado ou pouco utilizado.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Raul Carrion, se ouvi bem a expressão de V. Exª, é que o proprietário fica sentado em cima da terra esperando valorização.

 

O SR. RAUL CARRION: Muitas vezes acontece isso.

 

O Sr. João Antonio Dib: São raras as vezes, eu acho. Por exemplo, em Porto Alegre eu não acredito que tenha uma área urbana bem centralizada nessas condições.

 

O SR. RAUL CARRION: Temos vazios urbanos, Ver. Dib. Segundo estudos, que não são recentes, 41% da área urbana de então, porque hoje tudo se considera urbano, da antiga área urbana, eram vazios urbanos. Então, a gente vai ali na Av. Cristiano Fischer e olha para os lados...

 

O Sr. João Antonio Dib: Se fosse usado o antigo Plano Diretor, com seus índices, nós faríamos habitações para dois milhões e 400 mil pessoas. Nós não temos um milhão e 400 mil habitantes; teríamos de importar pessoas.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul Carrion, quero reiterar as suas palavras e dizer que, de fato, esses vazios urbanos só estão sendo agora colocados em prática por grandes loteadores, em loteamentos concretos, porque desde a época da Administração Popular, nós estabelecemos alguns paradigmas fundamentais, como o urbanizador social. Agora, com a sua iniciativa, de fato, fica sacramentado todo um novo olhar sobre aquilo que queremos. E se não fosse o Orçamento Participativo, que foi tão amaldiçoado justamente por esses segmentos, eles agora vão lucrar tanto com os investimentos que estão fazendo na cidade de Porto Alegre.

 

O SR. RAUL CARRION: Permita-me, Sr. Presidente, só para concluir, queria dizer que o Estatuto da Cidade regrou a Constituição e, infelizmente, na nossa Cidade não existe uma legislação atualizada, de acordo com o Estatuto da Cidade. Nós fizemos um esforço muito grande, quero agradecer inclusive à Dra. Betânia Alfonsin que contribuiu, ao Cláudio Gutierrez, que deram idéias importantes. Foi um trabalho que maturou durante muitos meses, talvez se acumularam anos de exame sobre a questão. Assim nós ingressamos com esse Projeto e esperamos um estudo atento e a colaboração dos Vereadores, urbanistas desta Casa, para construirmos esse grande Projeto que fará nossa Cidade avançar no tempo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós comunicamos que o Ver. Maurício Dziedricki representa a Casa na XXI Semana do Idoso a se realizar nesta tarde.

Apregoamos Projetos de origem do Executivo: “Autoriza a alienação de próprios municipais mediante investidura, destinando os recursos à implantação de programas habitacionais e equipamentos de caráter social e dá outras providências”; do Governo Municipal: “Declara de utilidade pública a entidade Centro Comunitário Educacional Profissionalizante da Infância - CEPI; também do Governo Municipal: “Dispõe sobre a criação do Tribunal Administrativo Contencioso Tributário do Município de Porto Alegre - TACT - e dá outras providências”.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Obrigado, Sr. Presidente, a quem cumprimento no dia de hoje, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, público que nos assiste, juventude que nos visita hoje através do Projeto de Educação Política desta Câmara, a nossa satisfação em recebê-los.

Quero tratar hoje aqui ou dar continuidade à tratativa do Projeto que propõe a regulamentação do Estatuto da Cidade, de autoria do Ver. Raul Carrion, que fortalece e propõe a disciplina - podemos assim dizer - da ocupação do solo urbano de Porto Alegre. Quero aqui também registrar que esse Projeto do Ver. Raul Carrion se associa e se integra ao Projeto de autoria deste Vereador que também faz a proposição da regulamentação do Estatuto da Cidade no que diz respeito à utilização do solo de propriedade pública do Município, ou seja, regularizar todas aquelas vilas já existentes, que estão sob a área pública Municipal, que são em torno de 60 vilas hoje em Porto Alegre.

Mas a importância que tem esse Projeto do Ver. Raul Carrion, que propõe as áreas urbanas de ocupação prioritária, vem num momento importante. Por que vem num momento importante? Pela primeira vez, nas últimas três décadas, existe recurso do Governo Federal, através do Ministério das Cidades, através da Caixa Econômica Federal, que este ano está disponibilizando 12 bilhões para investir no setor habitacional, no setor da construção civil. E há a Medida nº 460, Sr. Presidente, que pela primeira vez está oferecendo recursos a fundo perdido para quem não ganha nada, para quem não tem salário, ou para quem ganha até 300 reais, e através da sua entidade pode captar até 11 mil e 500 reais a fundo perdido.

Mas é necessário que essas pessoas tenham, ou as suas entidades, o solo, para poder desenvolver ali a sua habitação. Hoje em Porto Alegre, devido às dificuldades do modelo urbano - não sendo privilégio somente de Porto Alegre, mas das grandes cidades brasileiras - houve um inchaço, principalmente na década de 60 e 70, em que proliferaram as comunidades irregulares, arquiteto Ferraro. E nós temos, em Porto Alegre, hoje, 632 comunidades irregulares acumuladas dessa política de urbanização que sofreu o Brasil e que sofreu a América Latina, e nós precisamos enfrentar isso com políticas. Como não existia o Estatuto da Cidade, os Municípios ficavam fragilizados em elaborar políticas, pois estavam solitários para resolver esse caso. O Estatuto da Cidade permitiu que os Municípios pudessem legislar complementarmente. No caso, a Lei do Ver. Raul Carrion, como na Lei apresentada na proposta deste Vereador, elas vêm a regulamentar o Estatuto da Cidade. E a proposição de se consolidar e definir as áreas urbanas de ocupação prioritária está proposta para todas aquelas áreas com mais de 400 metros quadrados.

Portanto, todos os vazios urbanos, com áreas maiores que 400 metros quadrados, o Executivo deverá listá-las e oferecer como política aos investidores para poderem desenvolver a Cidade. E por que dessa importância? Hoje nós temos, por exemplo, lá no Extremo Sul, a Sapolândia, que é uma comunidade que se instalou no meio do campo, sem infra-estrutura urbana de saneamento, sem infra-estrutura urbana de energia elétrica, sem infra-estrutura urbana de telecomunicações, e para que esta comunidade possa se urbanizar, o Município tem de levar a infra-estrutura, muitas vezes, a quilômetros e quilômetros, e no meio do caminho ficam os vazios urbanos que não são ocupados, que não são desenvolvidos para que possa ser feita a urbanização.

Então, Sr. Presidente, esse Projeto - e quero dialogar com os demais colegas aqui -, é de fundamental importância, porque ele também é um Projeto alavancador ou propulsor do desenvolvimento da indústria da construção civil. Então, nós temos um conceito, sim, que precisamos ratificar, Ver. Bernardino, na Cidade, mas esse Projeto traz esse pressuposto que nada mais é do que determinar as áreas urbanas de ocupação prioritária com vista a complementar o modelo espacial do nosso Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. Continuarei comentando esse Projeto em outro momento. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos saudar a Escola de Educação Básica Gomes Carneiro, constituída de 17 alunos e alunas, sob a coordenação e orientação da Professora Marlei Orestes. É uma atividade que faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve junto a Escolas e Entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Tem a orientação dos Professores: Jorge e Fátima.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, Vereadoras e todos os que nos assistem, alunos da Escola recém citada que aqui vêm abrilhantar os nossos trabalhos. Nessa manifestação de Liderança, cedida pela minha companheira, camarada Manuela d’Ávila, eu queria, evidentemente, abordar o auspicioso acontecimento da noite de ontem, quando, numa votação memorável, por meio de um processo eleitoral de alto nível, ao contrário daquilo que alguns desavisados, ou que a imprensa marrom deste País procura deslustrar, a Câmara Federal do Brasil escolheu, como novo Presidente, o Deputado Aldo Rebelo, homem íntegro, probo, grande liderança social, como já muito bem colocado pela minha Líder, Manuela d’Ávila. Aldo é um homem com trânsito em todos os Partidos, sem exceção, Ver. Elói Guimarães, que sabe distinguir a divergência política da divergência de caráter pessoal, mesquinha, e que conseguiu, na sua campanha, o apoio, em primeiro lugar, dos partidos de esquerda.

Queria, aqui - Verª Margarete, Ver. Oliboni, Verª Maristela -, parabenizar, saudar a atitude elevada que o Partido dos Trabalhadores teve naquele episódio, ao retirar a sua candidatura, do Dep. Chinaglia, e propor o nome de Aldo Rebelo. Da mesma forma, o Partido Socialista Brasileiro, que também retirou o nome do nosso conterrâneo, Dep. Beto Albuquerque, também candidato, e indicaram o Dep. Aldo por conhecer a relação privilegiada, a sua competência, a sua capacidade, a sua visão de unidade que, aliás, Verª Manuela, que é uma nova militância do PCdoB, esse o espírito de unidade que faz parte do trabalho dos comunistas.

Outro dia falava com o Ver. Ibsen, que muito atuou junto aos comunistas, e ele falava sobre a diferença de cultura, de prática, que os comunistas têm de sempre procurar construir a unidade. Esses elementos é que permitiram essa vitória.

Eu queria, também, me referir ao Dep. Alceu Collares, com o qual mantive um contato telefônico há 10 minutos, Ver. Elói, e, na noite que antecedeu uma homenagem que houve aqui à Dona Mila Cauduro, nós conversamos, e o Deputado Collares disse: “Eu votarei com o Aldo Rebelo no segundo turno, porque irei como candidato no primeiro turno”. Depois, quando vieram as notícias de que o PDT, o PV e o PPS tinham aderido ao candidato da direita, o pefelista usineiro Nonô, eu telefonei, naquela noite, às 11 horas, para o Deputado Collares e perguntei como é que estava, e ele me respondeu - Ver. Mario Fraga: “Não, eu cheguei aqui, e nós vamos reverter esse quadro. Já telefonei para o Lupi, e o PDT vai apoiar o Aldo Rebelo no segundo turno, vai apoiar a esquerda autêntica deste País”. Eu telefonei há pouco para o Deputado Collares para agradecer esse apoio. Nós queremos manifestar, Ver. Ibsen Pinheiro, os nossos agradecimentos aos setores progressistas do PMDB, que sufragaram o nome de Aldo Rebelo, os setores progressistas dos demais partidos, PPS, PTB, PL, uma imensa parcela do PP, pois sabemos que os Partidos se dividiram, e mesmo aqueles que, por uma conjuntura momentânea, não deram o voto para Aldo Rebelo. E eu acho, Ver. Mario Fraga, que foi muito simbólico.

Essa discussão da eleição do Presidente da Câmara dos Deputados demarcou os campos. Não era ali a questão de quem era mais honesto, quem era menos honesto, da moralidade. Eram dois campos: o campo do Silvério dos Reis e o campo do Tiradentes; o campo da mudança e o campo do retrocesso. É isso que está em discussão neste País. Não é crise; é disputa política, Verª Margarete.

Se nós, com todas as dificuldades - e temos críticas ao Governo Lula e, muitas vezes, manifestamos essa crítica quanto à política econômica - vamos avançar, se vamos empurrar este Governo para as transformações ou se vamos retroceder para a entrega do País, para a entrega das estatais, para a entrega da soberania nacional, para a abertura do capital internacional, então - concluo, meu Presidente -, nós queremos o PCdoB, e, certamente, o Aldo Rebelo, lá na Presidência da Câmara Federal, da Câmara dos Deputados, será um instrumento para recompor a unidade da esquerda e, em torno da recomposição da unidade da esquerda, recompor o campo das forças democráticas populares progressistas deste País, para que nós construamos um verdadeiro projeto de Nação com Reforma Agrária, com inclusão social, com distribuição de renda, com soberania e com democracia. Parabéns, Aldo Rebelo; parabéns, Câmara dos Deputados; parabéns, Brasil, que amanheceu com um sorriso nos lábios! Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, com muita honra, há pouco, recebíamos aqui uma escola, que pena que não tivessem permanecido, mas nós também, Sr. Presidente, recebemos a visita do Zizo Lopes e da Fernanda Rodrigues, do Rotary Club, que vêm aqui numa campanha muito importante sobre doação de livros. Sabe aquele livro esquecido na estante? Alguém pode estar precisando dele. Essa é uma ação de jovens, jovens estudantes que querem levar livros às bibliotecas das escolas carentes de Porto Alegre. Parabéns, Zizo Lopes e Fernanda Rodrigues!

Em Pauta, Projeto já discutido pelo Ver. João Antonio Dib, que vem substituir o Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo, tendo em vista as dificuldades de iniciativas, mas que vem atender ao que solicitava o Ver. Bernardino nesta Casa, cujo Projeto foi aprovado, vetado e aceito o Veto, porque o Sr. Prefeito prometeu que entregaria o novo Projeto a esta Casa para contemplar a idéia do Ver. Bernardino Vendruscolo. E, efetivamente, é uma necessidade do meio imobiliário, dos proprietários de imóveis que não conseguem efetivar a sua escritura, porque não têm os recursos para pagar o imposto de transmissão de bens imóveis - ITBI. Pois agora o Governo vem facilitar esse pagamento e permite o parcelamento em até 10 parcelas, desde que as parcelas não sejam inferiores a 100 reais. Isso vem ao encontro de grandes necessidades de cooperativas habitacionais, de pessoas que adquiriram o seu imóvel já há um bom tempo e ficaram sem as condições de pagar o imposto de uma só vez. Então, o Prefeito ampliou o Projeto e falou de vários assuntos, também sobre os imóveis financiados via DEMHAB, via Caixa Econômica Federal, os antigos do Sistema Financeiro da Habitação. Ele fez quase que uma espécie de consolidação do ITBI. Eu quero dizer ao Ver. Bernardino que o seu Projeto está contemplado, porque a sua idéia é importante. Eu, hoje, ao meio-dia, estava muito entusiasmado, falando do Refis Municipal, que foi aprovado aqui nesta Casa, ontem, e que as pessoas que estão com os seus impostos em atraso vão poder pagar o ISSQN em até 120 parcelas, o IPTU e a Taxa de Lixo em até 60 parcelas, em cinco anos, com redução de multa, de acordo com o prazo que for requerido. Estava falando com entusiasmo desse Projeto, e a pessoa com quem eu estava falando disse: “O que me interessa é o ITBI, porque eu tenho problemas, não estou podendo pagar o ITBI. Os meus impostos, os outros, estão todos em dia, mas eu preciso regularizar o meu imóvel e não tenho recursos”. Agora, espero que venha a ser estudado, discutido e, finalmente, aprovado, com as alterações que esta Casa julgar conveniente, mas que virá, realmente, beneficiar a população de Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está encerrada a Pauta. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queremos agradecer o apoio que temos recebido no que diz respeito ao nosso Projeto do ITBI e dizer que foi muito difícil vê-lo aprovado aqui nesta Casa. Ele, no entanto, foi vetado pelo Sr. Prefeito. Resta-nos ainda um último recurso, que seria a derrubada do Veto. Dessa forma queremos, primeiro, agradecer pelo apoio que temos recebido aqui dos Vereadores, quando citam o Projeto que pretende substituir esse que é de nossa autoria, o Projeto do Executivo. Quero dizer também que “não está morto quem respira”. Nós ainda temos um recurso, que é tentar derrubar o Veto. Mas, de qualquer sorte, progredimos, porque, apesar de não concordarmos com essa idéia de que há vício de origem no nosso Projeto, na sua base legal, invocamos o art. 156 da Constituição, e o art. 56 da Lei Orgânica que, nos fundamentos do Veto do Sr. Prefeito, não houve, para nós, justificativa que pudéssemos concordar com esse princípio do vício de origem que os Vereadores têm citado. Nós ainda temos uma esperança, mas de qualquer sorte, já sentimos que o Executivo, sensibilizado, está vendo a possibilidade, sim, de que este é um Projeto social, como defendemos ao longo do tempo e ainda permanecemos defendendo.

Representando aqui os Vereadores da Bancada do PMDB, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro e Sebastião Melo, queremos falar do desarmamento. Nós, que já apresentamos de forma clara à população, à mídia, a todos, que somos contra o desarmamento, queremos fazer uma breve leitura de um e-mail que os demais Vereadores também receberam. Muitos se associaram à posição do PMDB. Essa matéria é de autoria do perito em armas de fogo Henrique Nogueira. Lá pelas tantas, ele fala o seguinte: (Lê.) “Conforme o livro, o Instituto Sou da Paz divulga que, anualmente, 45 mil pessoas são mortas por arma de fogo. Só não diz como, quando e quais os motivos dessas mortes”. E aqui ele cita os galãs da Globo que, com toda a sua técnica, fazem esse convencimento a todos os brasileiros. E lá o autor faz seis perguntas (Lê.): “Quantos mortos eram marginais assassinados por marginais em disputa de quadrilhas?” Não tem resposta. Nessa pesquisa da Rede Globo não tem resposta.

A segunda pergunta: “Quantos mortos eram policiais assassinados por criminosos?” Não tem resposta. Terceira pergunta: “Quantos mortos eram marginais mortos em confrontos com a Polícia?” Não tem resposta. Quarta: “Quantos mortos eram cidadãos assassinados por criminosos?” Não tem resposta. Quinta: “Quantos eram criminosos que morreram quando o cidadão reagiu?” Não tem resposta. Sexta: “Quantos mortos eram vítimas de acidente com armas?” Também não tem resposta.

Em outra oportunidade, fiz uma referência, imaginem os senhores, se aqui na Cidade não temos segurança, como é que aquele cidadão, que mora nos longínquos lugares, lá nas fazendas, nas colônias, no Interior, como é que essas pessoas vão defender as suas propriedades? Como é que todos nós, brasileiros, vamos ficar ao saber que o bandido sabe que naquela casa não terá ninguém com arma para fazer a defesa da sua propriedade e da integridade de sua família. Como?

A proibição da caça: ninguém se deu conta como vão ficar os nossos produtores quando não puderem caçar os javalis, os marrecos, os pombos, os papagaios e os periquitos que destroem a sua agricultura. Como é que vão ficar? Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.) A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a sociedade brasileira acompanhou, ontem, com muita atenção, evidentemente, o processo de eleição do Congresso Nacional. Não poderia ser diferente, porque estamos há quase três meses com crises sucessivas no Congresso, envolvendo gravíssimas denúncias de inúmeros Deputados, Ministros do Governo Federal, inclusive com o afastamento do Presidente da Câmara dos Deputados, e nesse clima, essa eleição toma, por parte da sociedade, uma feição diferenciada.

Eu quero dizer que a eleição do ex-Ministro do Governo Lula, Deputado Aldo Rebelo, do PCdoB, coloca no Congresso um homem com uma vida pública sobre a qual não se tem nenhuma dúvida, de sua história, do seu compromisso, da enorme responsabilidade que ele tem tido ao longo dos seus mandatos legislativos e da sua história política e parlamentar. A seriedade do ex-Ministro, do Deputado Aldo Rebelo é inquestionável, acho que todos os Partidos têm, por sua história, um enorme respeito e um enorme reconhecimento das contribuições dadas pelo Deputado Aldo Rebelo à história recente da luta democrática deste País.

Porém acho que são muito lamentáveis alguns procedimentos que antecederam o processo de escolha do Presidente da Câmara dos Deputados adotados pelo Governo Federal. Houve uma interferência econômica clara, houve uma presença realmente agressiva dos Ministros do Governo, houve a liberação de 500 milhões de reais para emendas de parlamentares exatamente na semana que antecede as eleições. Seiscentos milhões de reais para um Ministério cujo Ministro estava em dúvida, porque o seu Partido assim estava, houve também uma presença, inclusive com ameaças de alguns Ministros. E, também, nesse processo havia todo um debate sobre o tipo de apuração que seria dada em relação aos Parlamentares que estavam e estão vivendo um processo de cassação.

Eu acho que esse tipo de procedimento é extremamente grave, porque ele pode passar para a sociedade a possibilidade da continuidade de uma relação muito incestuosa, que tem sido denunciada pela imprensa e que está sendo acompanhada pela população brasileira, através da televisão do Senado e da televisão do Congresso brasileiro.

Mas nós estamos, evidentemente, como todas as brasileiras e brasileiros, torcendo para que o Deputado Aldo Rebelo possa dar continuidade ao seu trabalho, com isenção, defendendo os interesses do Congresso, defendendo os interesses da democracia, da investigação dos Deputados acusados, dos seus julgamentos e da punição daqueles que, após os julgamentos, forem, efetivamente, considerados culpados. Nunca é demais ressaltar que sobre o Dep. Aldo Rebelo não recaiu nenhuma dúvida quanto aos seus procedimentos, mas não é possível deixarmos passarem fatos à margem dos acontecimentos sem uma crítica contundente à falta de autonomia dos Poderes e ao tipo de procedimento de liberação de emendas, no que se refere a forçarem a barra, por parte de Ministros, de liberação, exatamente, de parcelas de recursos que não estavam definidos para Ministros cujos Partidos exigiam esse tipo de procedimento para definição de seus votos. Acho que esse tipo de eleição não ajuda a resolver a grave crise de imagem que vive hoje o Congresso brasileiro e, portanto, é importante o acompanhamento dos desdobramentos desses acontecimentos, para que a sociedade possa continuar cobrando do Congresso brasileiro autonomia e transparência nos seus procedimentos.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público da TVCâmara que nos assiste, aproveito este momento de Comunicação de Líder do PDT para fazer mais um apelo à nossa Cidade, ao nosso Estado, quanto à Segurança Pública. Por intermédio da Verª Mônica Leal, nós temos insistido junto ao Secretário de Justiça do Estado, Deputado Federal José Otávio Germano, para que nos receba, uma comissão de moradores do Extremo Sul, comerciantes, moradores e proprietários de sítios nos arredores do Passo da Taquara, no Lami, Chapéu do Sol, Ponta Grossa, antes que aconteça, Verª Mônica Leal, uma coisa mais grave. Eu estou chuleando para que isso não aconteça, porque, possivelmente, será com algum conhecido meu.

Hoje foi o meu primo em segundo grau, meu parente José Carlos Fraga, que levou cinco tiros dentro do seu sítio; ontem à noite invadiram a propriedade, ainda não sabemos se isso ocorreu porque ele é policial, mas todos nós aqui sabemos o que está acontecendo. Quanto a essa audiência que estamos solicitando - eu já havia falado com o Ver. Comassetto, que pediu uma Comissão sobre Segurança em Porto Alegre, e eu fui o Relator na Comissão, emitindo Parecer favorável -, nós precisamos agilizar antes que aconteça uma coisa mais trágica, Ver. Oliboni. Pois, ontem à noite, invadiram a casa desse cidadão que se chama José Carlos Fraga, ele tem um parentesco longe conosco, mas não é esse o caso, gostaria de dizer que, ontem, foi ele; anteontem, foi um amigo meu. Na Zona Norte também está acontecendo isso, mas, na Zona Sul, às vezes parece que ocorre uma “epidemia”, Verª Maria Celeste. Os assaltos passam a acontecer mais seguido, porque eles vêem que lá é mais fácil a coisa, os sítios ficam abandonados durante a semana, ficando lá uma ou duas pessoas, fica o caseiro... Às vezes, o caseiro vai ao bar e conta que o sítio está vazio, que lá tem tudo dentro, sem maldade nenhuma; um pessoa escuta, passa para outra, e acontecem esses assaltos. Também há isto, Ver. João Antonio Dib - existe um público fã seu lá no fim da linha do Lami, perto da Escola Genoveva -, as pessoas de lá ainda guardam dinheiro em casa. Então, esses assaltantes de sítios que estão se esquematizando são uma quadrilha que, graças a Deus, a polícia de Belém Novo já descobriu; dos seis elementos que a compõe, foram descobertos dois; foi pedida a prisão preventiva desses elementos, o Delegado Mendonça está aguardando. E nós esperamos, então, conseguir fazer alguma coisa. O Ver.Comassetto está constituindo essa Comissão, e nós vamos tentar acelerar esse trabalho na semana que vem, para que possamos tomar medidas para toda a Cidade. Estou falando especialmente da situação existente na Zona Sul, porque o jornal Diário Gaúcho está trazendo a reportagem da Zona Sul, hoje. Mas sei que a Verª Maria Celeste já falou de um caso da Zona Norte, esta semana, também.

Então, nós queremos, mais uma vez, fazer este apelo, Verª Mônica Leal, em vista do que está acontecendo. E o nosso pedido, Vereadores, prende-se ao fato de que, anteontem, terça-feira, 297 novos brigadianos se formaram, e nós não sabemos o que será feito deles. Em princípio, Verª Mônica Leal, haverá um batalhão de 297 brigadianos. Esses brigadianos devem ser distribuídos em zonas da Cidade, para que aumente... Por exemplo, posso falar, determinadamente, de Belém Novo, Sr. Presidente, onde temos um brigadiano; se fossem dois brigadianos, seria um aumento de cem por cento, e nós estaríamos contentes. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, diz Rubem Alves, conversando sobre política (Lê Eclesiastes 1,9.): “O que foi é o que há de ser; e o que se fez é o que se tornará a fazer...” E ainda diz: “As máscaras escondem os corpos. Mas sabemos que eles existem pelos vazios que, de tempos em tempos, se abrem no meio dos mascarados: é que alguém caiu morto, de exaustão. Mas o cadáver é logo retirado do salão, e o baile continua”.

E eu inicio esta minha fala, porque é ardente a paciência na história de qualquer povo; é ardente a paciência na luta de classe; é ardente a paciência na consolidação da democracia; e é ardente a paciência que nós vimos travando, neste momento, na política do nosso País.

Ontem, Ver. Carrion, Verª Manuela, meus nobres companheiros da Bancada do Partido dos Trabalhadores, os tempos começaram a se restabelecer. Nós vimos o Severino ser eleito pelos “severinos” e pelas “severinas”, e nós vimos, ontem, a democracia plena ser recolocada para sua continuidade. Além de citar a figura do Aldo, que é uma figura fundamental, um camarada comunista que faz parte da construção da história deste País, dentro do seu Partido, o PCdoB, eu também quero falar sobre o nosso Deputado Federal, o nosso Líder de Bancada, o sempre Vereador e hoje Deputado Federal Henrique Fontana, pelo seu papel, pela sua desenvoltura, pela sua capacidade intelectual e política de articular, junto com os nobres Pares e junto com aqueles que acreditam nas instituições e no prosseguimento da via democrática, na construção da vitória. Para nós, a vitória não se deu apenas na figura do Aldo, ou no bloco do Governo, ou no bloco que se aproxima do projeto da Frente Popular neste País; para nós, essa é uma questão da construção da democracia; diferente do que é para alguns que passaram por aqui, essa questão é também, sim, o reequilíbrio das forças. Recolocaram-se as forças, e o outro candidato também fez uma bela votação. E aqueles que se agregaram em torno dessa figura representam, de fato, aquelas forças que são oposição ao Governo do Presidente Lula.

Eu quero dialogar também com a nobre Verª Clênia Maranhão, que é Líder da situação e representa aqui o Executivo Municipal de Porto Alegre. Ela coloca aqui, com estranheza, a relação do Executivo com o Legislativo! Nós tivemos aqui, em muitos momentos, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, várias negociações nesta Casa! Ontem mesmo tivemos a presença do Executivo Municipal, o qual saudamos, que, para ver os seus Projetos sendo executados para a cidade de Porto Alegre, veio aqui negociar emendas! Negociaram há poucos dias, chamaram, inclusive, o Ver. Comassetto na sala do Presidente, e nós, em nenhum momento, dissemos que isso era “compra”. É “compra” isso? É diferente do que acontece no Congresso Nacional o que acontece na Câmara de Vereadores, nobre Verª Clênia Maranhão? Isso que aconteceu por parte de Governo, o qual V. Exª lidera nesta Casa, é compra de votos, Vereadora!? É da democracia, minha cara Parlamentar! É a primeira vez que V. Exª está na Liderança e na situação, talvez pense assim por um pouco de falta de experiência, mas é assim que acontece! Agora, não venha aqui com dois pesos e duas medidas, como se houvesse o santo e o pecador! O Governo articulou com muita responsabilidade, e o resultado foi o reequilíbrio das forças no Congresso Nacional. Então, não venham aqui com a idéia de santos e pecadores, “marias e madalenas”! Não! Nós exercemos a democracia lá e a achamos natural aqui! Nós temos a minoria, mas achamos que não foi nenhum problema maior adentrar a este plenário o Executivo Municipal para negociar com o Legislativo as emendas para a Cidade, cada um representando uma parte.

Senhoras e senhores, por fim, quero dizer ao Vereador do PDT que esteve aqui anteriormente que lamento o que aconteceu com alguém da sua família, lamento junto com todos os cidadãos e cidadãs, mas, se a CPI que aconteceu no Governo Olívio sobre a Segurança Pública tivesse execrado aqueles bandidos que foram tornados “mocinhos” - o Governo Olívio que lutava para que acabasse a corrupção dentro das instituições e para que houvesse a integração entre Polícia Civil e Brigada Militar -, nós teríamos, com certeza, outra realidade. Infelizmente, cada vez mais a insegurança no Governo do Rigotto nos assombra e nos assusta. Mas a luta continua, porque a falência do Governo Rigotto termina no ano que vem, e nós, com certeza, estaremos de volta para continuar governando o Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigada.

Ah, Vereador-Presidente, eu trouxe este dicionário (Mostra o dicionário.), porque ontem fui procurar o que significava a palavra “picaretagem” - já solicitei a sua retirada - , e, a partir dessa pesquisa, começarei a usar outros substantivos, por isso o carregarei sempre comigo, para não cometer nenhum grande erro.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Recebo um Memorando de parte do Ver. José Ismael Heinen (Lê.): “Ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Assunto: desligamento do quadro de filiados do PSDB. Ao cumprimentá-lo, informo a V. Exª que me desliguei do quadro de filiados do PSDB. Respeitosamente, Ver. José Ismael Heinen”.

Como de costume, nas segundas-feiras, a Mesa e Lideranças consensualizam uma ordem de votação das matérias para a semana. Cumprimos a de segunda-feira, a de quarta-feira e a de hoje, quinta-feira, é a seguinte: Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência para o PLE nº 010/05; Requerimento nº 222/05, Requerimento nº 206/05, Requerimento nº 211/05, Requerimento nº 223/05, PLL nº 087/05, PLL nº 114/05, PLL nº 121/05, PR nº 102/05, PR nº 123/05, PLL nº 175/04 e PLCL nº 027/01.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento, conforme acordo de Lideranças. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. s/n.  (Ver.ª Clênia Maranhão) – requer Regime de Urgência para o Processo n. 4356/05 -  PLE 10/05, que dispõe sobre o Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas.  (incluído em 29-09-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento s/nº da Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 222/05 – (Proc. N. 5483/05 – Ver.ª Maria Celeste) – requer Moção de Apoio à Ministra Laurita Vaz, da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, por condenar a decisão da 8ª Câmara Criminal do RS.  (incluído em 15-09-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 222/05. (Pausa.) A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vou tentar explicar aqui, Ver. João Carlos Nedel, qual é a intenção dessa Moção de Solidariedade à Ministra Laurita Vaz, da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, ao Ministério Público do Rio Grande do Sul e ao Conselho Estatuto da Criança e do Adolescente.

Vou relatar rapidamente o que aconteceu. Houve um caso de abuso sexual cometido por um membro de uma Igreja Evangélica aqui na cidade de Porto Alegre a uma menina de cinco anos. O Tribunal de Justiça gaúcho, na sua condenação, reduziu a pena dessa pessoa por achar que essa menina estava consentindo com esse abuso sexual. Em seu voto, o Relator, Desembargador Sylvio Baptista, considerou, Ver. João Carlos Nedel, que a pena para o crime de atentado violento ao pudor de seis a dez anos de reclusão, prevista no art. 214 do Código Penal, era exagerada e seria injusto punir o réu com nove anos de prisão. Disse ainda: “A ação cometida pelo réu contra a vítima, não teve uma repercussão tão danosa que exigisse uma punição exemplar. Tenho a impressão de que o dano psicológico não foi tão intenso, tão marcante que determinasse, repito, uma reprimenda rigorosa. Ainda que se afirme certo desgaste psicológico, penso que ele se deve muito mais as atitudes dos adultos, tratando o assunto com grande alarde, que propriamente à ação do agente”.

Esse é o voto do Relator, que foi acompanhado pelos demais no Tribunal de Justiça aqui do Rio Grande do Sul. Tamanha a indignação que o Ministério Público Estadual e o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente recorreram ao Supremo Tribunal, e aí a Ministra Laurita Vaz, da 5ª Turma diz claramente: “Com todo respeito ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que representa o Poder Judiciário Nacional de forma tão destacada, parece-me que a decisão ora comentada, sua 8ª Câmara Criminal, configura uma verdadeira aberração jurídica. Não apenas por seus esdrúxulos fundamentos jurídicos, mas pelo simples fato de tentar abrandar o apenamento do recorrido, valendo-se para tanto, de uma artificial construção teórica de desclassificação da infração penal praticada, indo em sentido diametralmente oposto aos anseios da sociedade por justiça penal, e indo contra a própria lei”.

Vejam, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a que ponto nós chegamos! Com muita tristeza nós vemos o grande equívoco da 8ª Câmara, aqui do Rio Grande do Sul, de tomar uma decisão pela diminuição de uma pena, por achar que uma criança de cinco anos consentiu com o abuso sexual, com tal atrocidade, com tal situação indigna. Ainda bem que os agentes dos direitos humanos do nosso Estado e dos direitos das crianças e dos adolescentes acompanham todos os casos, Ver. Haroldo de Souza. Tão logo essa decisão foi publicada, o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente recorreu ao Ministério Público Estadual, e aí, sim, foi reposto, pelo que disse a Ministra Laurita Vaz, da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.

Lamentavelmente esse episódio quase passa em branco, se não fosse matéria divulgada no jornal da Band, da Band Cidade, sobre essa questão, nós, aqui, não saberíamos dessa decisão tomada lá, internamente, nos Tribunais. Ainda bem que existem operadores de Direito no nosso Estado do Rio Grande do Sul preocupados com essas ações. Ora, uma criança de cinco anos pode ter o discernimento, e, sobretudo, consentir com o abuso sexual, e isto ser referendado por um Desembargador da 8ª Câmara Criminal do Rio Grande do Sul? Jamais, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras! Por isso a nossa indignidade e a proposta de encaminhar esta Moção, para que, de fato, esta Câmara e todas as Bancadas certamente se posicionem favoravelmente, para que casos como este não aconteçam mais na Justiça do Rio Grande do Sul. Muito obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 222/05.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, primeiro, Verª Maria Celeste, é ruim ter de parabenizar uma iniciativa por esse tipo de atitude que a gente tem que tomar frente a uma monstruosidade dessas. Muito mais do que estar presidindo a Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente nesta Casa, o sentimento de mãe e o sentimento de cidadã me fazem sentir uma profunda repulsa neste momento. Não é possível que, nos dias de hoje, algumas criaturas perversas... O que aconteceu me faz lembrar o Código do Menor, quando ainda nós não falávamos em criança e adolescente, independentemente da posição e classe social, quando não olhávamos a criança e o adolescente na sua totalidade.

Provavelmente essa menina era uma criança empobrecida, e aí um Desembargador, que deveria proteger aquelas pessoas mais desfavorecidas e menos protegidas, toma uma atitude como essa! Isso é um crime hediondo! Não existe analogia! Não há defesa num caso como esse! E, mesmo que fosse uma pessoa adulta, são os mesmos termos que ouvimos algumas vezes: “Foi atacada porque usava minissaia”. Agora, uma criança, uma menina! Ora! Laurita, eu vou te chamar assim na intimidade, parabéns pela tua atitude, porque dignifica, retoma a civilidade, retoma a aberração que foi feita, no caso, com essa menina.

Quantos desembargadores ou desembargadoras como esse devem existir por aí - eu espero que seja em número mínimo -, mas, provavelmente, se houve um caso como esse, muitos outros existem.

Então, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, eu peço que os nobres Pares desta Casa, Vereadores e Vereadoras, que são gente de bem, que têm por pressuposto a civilidade, que têm por pressuposto a questão do ECA para garantir os direitos da criança e do adolescente, votem com toda boa-fé e com láureas a Moção da Vereadora e companheira Maria Celeste. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação o Requerimento nº 222/05. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 206/05 – (Proc. N. 4723/05 – Ver. Adeli Sell) – requer Moção de Repúdio e Protesto à proposição que sugere a aprovação de listas fechadas de candidatos, encabeçadas pelos atuais detentores de mandato. (incluído em 10-08-05)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o Requerimento nº 206/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, caros Vereadores e Vereadoras, amanhã será o último dia, a última chance que o Congresso Nacional terá de fazer uma efetiva reforma partidária, uma reforma política. Mas, sem dúvida nenhuma, esse atual Congresso não tem as condições para fazer uma reforma política, até porque o repúdio, o protesto que nós estamos propondo é porque apareceu na Comissão de Constituição e Justiça e foi aprovado pela atual Comissão de Constituição e Justiça do Congresso Nacional a proposição de lista fechada! Tudo bem, é um grande debate, mas encabeçado pelos atuais detentores de mandato é um casuísmo! Eu pergunto, quais dos Senhores, que são dirigentes partidários, terão condições de disputar uma eleição, no ano que vem, buscando novos candidatos, pessoas que serão desafiadas para concorrer, se os primeiros da lista serão os atuais mandatários, inclusive, com os fiascos, os problemas, a corrupção que praticaram no Congresso Nacional?

 Eu pergunto, qual o Partido político sério, honesto deste País, que pode concordar com tal barbaridade? Se nós discutíssemos, sim, no Brasil, a proposta, por exemplo, do voto distrital misto, que existe na Alemanha, com listas partidárias, porque existem partidos políticos consolidados, e não essa gama imensa de partidos políticos, pois a cada dia nasce novo Partido, casuístico! E esse troca-troca de Parlamentares que está ocorrendo, nesta semana, e que, sem dúvida nenhuma, não vai parar hoje aqui, vai continuar amanhã! Aonde nós vamos parar com proposições desse calibre, com esse tipo de afronta, de acinte à democracia? Porque, inclusive, isso ataca a democracia dos Partidos políticos que têm o direito de colocar os seus candidatos, porque os atuais detentores... Nós, se formos à reeleição na próxima vez, já temos o nosso lugar garantido como candidatos, mas nós não podemos encabeçar uma lista. Eu pergunto, como é que fica a situação de quem quer disputar uma vaga, que tenha mais condições que os atuais detentores dos mandatos, que já mostrou fibra e determinação na sociedade? Como nós vamos aceitar que uma lista, por exemplo, seja encabeçada no PMDB por esse tal de José Borba? Como ficaria a situação do PMDB? Como ficaria a situação do PP, tendo na cabeça da lista o Sr. Janene, sendo que companheiros aqui do PP o repudiaram? O Ver. Melo chegou aqui e repudiou, por exemplo, o Borba! Como é que ficariam os senhores dessa Bancada? Não vou falar da minha para não causar nenhum frisson, mas, convenhamos, nós temos alguns Deputados, inclusive da nossa Bancada, que deveriam caminhar, que não deveriam estar no Congresso Nacional, que não nos ajudaram, que nos prejudicaram enormemente. Eu falo desses aqui, porque houve companheiros, colegas nossos, colegas Vereadores que já protestaram contra esses Deputados dos seus Partidos. Então, lista fechada e encabeçada por atuais detentores só merece desta Câmara o nosso repúdio, o nosso protesto, porque esta Câmara aqui, sim, tem feito demonstrações de democracia; tem, sim, colocado as suas posições às claras; não tem escondido.

Muitas vezes, nós divergimos aqui dentro, aumentamos o tom de voz, debatemos, mas aqui as pessoas têm respeito, nós abrimos esta Casa para a fiscalização pública, não é como em outros lugares onde existem Parlamentos que se fecham para que o povo não saiba o que se passa na Câmara de Vereadores. Aqui a imprensa acompanha pari passu o que nós estamos fazendo. E por isso nós temos que, aqui, hoje, aprovar esta Moção e enviar ao Congresso Nacional, a todas as Lideranças partidárias dentro do Congresso Nacional, colocando o nosso protesto e o nosso repúdio! Porque eu tenho certeza, Ver. João, de que V. Exª não vai ver, porque nós não vamos deixar de, na próxima eleição do ano que vem, ter, por exemplo, o Sr. Pedro Henry, e o Sr. Janene encabeçando a lista do seu Partido, eu tenho certeza de que isso não passará. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 206/05.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós queremos aqui expressar a nossa opinião sobre este tema. Nós achamos que na democracia existem alguns pilares sobre os quais ela se fortalece e se sustenta; um deles são os Partidos organicamente bem definidos.

Portanto, quero dizer que o voto de lista me entusiasma. E, se ele não é perfeito, eu acho que ele é muito mais razoável do que acontece hoje, quando o voto é pessoal. Portanto, a maioria, hoje, no Congresso Nacional, Ver. Haroldo, são pessoas que não têm compromisso partidário. As pessoas se elegem ou porque representam uma corporação, ou porque representam o mundo empresarial ou sindical, e tornam-se donas dos seus mandatos. E, evidentemente, essa questão que nós estamos presenciando hoje no Congresso Nacional em relação ao Governo Lula, Verª Mônica, tem muito a ver com isso que nós estamos falando aqui.

Então, quero dizer que eu - isso não é uma posição partidária, o Partido não tem uma posição sobre isso -, me filio à corrente daqueles, primeiro, que defendem o voto de lista, mas jamais... Ver. Adeli, tem razão esta Moção. Como é que pode um Congresso Nacional, que está sob suspeição neste momento... Eu vou fazer uma reforma política, e vou dizer assim: “Voto em lista, mas a primeira eleição é voto pela ordem de votação da última eleição.”?

Desculpem-me, isto é prorrogar mandato. Aliás, eu queria dizer o seguinte: lá atrás, o Supremo já se manifestou sobre isto, Ver. Dib, quando disse que não existia candidatura nata. Portanto, há um procedimento, há uma precedência constitucional, porque, se eu disser que a lista vai compor-se pela ordem de votação, eu estou dizendo que tem a candidatura nata, então eu sou favorável à lista. Mas os Partidos têm de decidir democraticamente a sua lista, nas suas instâncias partidárias. E aí eu remeto a uma outra coisa: até para aqueles que, como eu, defendem financiamento público de campanha, só há condições de ter financiamento público de campanha, Presidente, se o voto for em lista. Se o voto não for em lista, dificilmente você terá financiamento público.

Alguém há de dizer: mas eu vou me submeter à lógica partidária de que o Partido vai fazer a lista. Eu acho o seguinte: para a reforma política nós temos de combinar a sua gradação, Ver. Haroldo.

 Para finalizar, Ver. Haroldo, que me dá a honrosa atenção, e Ver. Carrion, eu acho que o voto de lista, sim, mas tem que ter um período de carência para ele entrar em vigência. Eu acho que não dá para fazer voto de lista para a próxima eleição, e talvez nem para a posterior; talvez por um prazo de 8 anos, que é um prazo de adaptação partidária, e aí você poderá fazer voto de lista. Esta é a minha avaliação, portanto voto sim, pelo repúdio da lista pré-ordenada por ordem de votação da última eleição, porque isto, eu não sei se o nome é safadeza ou se tem qualquer outro nome, mas isto não é decente, isto não é correto. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 206/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, João Carlos Nedel, nobres Pares, Vereadores e Vereadoras, queria parabenizar o Ver. Adeli pela iniciativa. Parece-me escandaloso um Congresso Nacional pensar numa hipótese dessas, o que dirá aprovar na Comissão de Constituição e Justiça, no momento em que o País sente de Norte a Sul a necessidade urgente de uma reforma política exatamente no sentido contrário da perpetuação do atual sistema, dos atuais vícios e dos atuais nomes, por que não dizer? A reforma esperada é a que corrige esses problemas e não a que perpetue nomes que não têm legitimidade social.

O atual Congresso é formado por distorções - temos de reconhecer -, por distorções sérias na aferição do voto do eleitor no País. Há distorções desde a campanha. As campanhas não têm controle público, as campanhas não têm uma verdade na prestação de contas, de forma geral. As campanhas implicam em compromissos assumidos com quem financiou altos custos, e as campanhas são votos construídos, tamanha a tomada do poder econômico, da mídia, na sua formatação.

Enfrentar isso para um Congresso significa enfrentar também a deformação, a desproporcionalidade que o atual sistema político faz com o voto do eleitor ao estabelecer um mínimo e um máximo para cada Estado, fazendo com que cada eleitor não valha o voto; que os Estados pequenos têm muito mais representação que os estados com grande número de população. E, hoje, sempre se fala nos Estados do Nordeste, que são super-representados, e São Paulo, Rio, que têm aquela população imensa, e tem proporcionalmente muito menos representação.

É enfrentar, sim, o que já tratou aqui o Ver. Adeli: a fidelidade partidária. E me detenho um pouquinho mais no tema, porque estamos vivendo isso no Partido dos Trabalhadores.

Este momento é de crise profunda. Uma crise que nós avaliamos, de ruptura com os fundamentos do Partido, e que estamos procurando enfrentar num processo rico, vivo, de eleições diretas para recolocar o PT nos trilhos da sua origem e dos seus compromissos sociais.

Temos parceiros de longas caminhadas que estão saindo e que não estão deixando seus mandatos para o Partido dos Trabalhadores. E o Partido dos Trabalhadores tem no seu Estatuto a fidelidade partidária. Mas o sistema político não incorporou, e para sermos fiéis ao voto do eleitor, Ver. Haroldo, nós nos elegemos por um Partido, e esse mandato é do Partido para que o eleitor possa compreender, distinguir projetos e não pessoas pura e simplesmente. Não que os projetos estejam destituídos de caras, de intencionalidade, de jeito de fazer; acho que não. Eu acho que somos seres que somos julgados pelas pessoas que somos e pelas idéias que julgamos, mas fundamentalmente pelos compromissos coletivos que os nossos Partidos assumem ao acontecer uma eleição.

Então, a mudança que tem de acontecer tem de controlar isso. Tem de garantir ao cidadão que, se ele votou num Parlamentar do Partido dos Trabalhadores - que tem esse compromisso histórico, esse conjunto de idéias, essa história por sua passagem em determinados governos e representações -, se o eleitor votou nesse conjunto de idéias, ele tem de ter garantido pelo sistema eleitoral que esse Parlamentar continuará representando esse conjunto de idéias, ou então que ele rompa, devolvendo esse mandato a esse Partido. Compreende-se este momento em que o Partido rompe com as tradições, talvez, seja uma situação a ser tratada, mas isso é muito subjetivo, muito difícil de aferir. Terá de se esperar uma nova candidatura, uma nova Legislatura para o voto ser modificado. Então, muito longe desses acertos, dessas correções está a lista, não a lista fechada - também sou favorável, talvez com a construção mista -, mas a lista onde já estão consagrados os atuais Deputados, que daria para dizer que são frutos de profundas distorções.

Então, enfrentar este debate de uma maneira mais séria, de uma maneira de fato democrática é o que cumpre hoje à cidadania, sob pena de perdermos completamente a legitimidade e trairmos mais uma vez a esperança do povo brasileiro.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a para encaminhar a votação do Requerimento nº 206/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, creio que esta discussão, propiciada pelo Requerimento do Ver. Adeli Sell, uma Moção de repúdio e protesto, é importante. Nós estamos vendo, Ver. Sebastião Melo, muita demagogia em torno do que se chama crise política brasileira, que eu prefiro chamar de acirrada disputa política que se trava no Brasil entre dois projetos. E qual é o argumento? Que não, que é uma barbaridade a utilização do dinheiro público provado, as maracutaias da campanha, caixa dois e não sei mais o quê! É uma vergonha a mudança de Partido. O “mensalão”, os membros dos Partidos trocam, e daí afora.

Mas, objetivamente, qual é a mudança da Lei Eleitoral, da Lei partidária? Nenhuma! Querem continuar fazendo as maracutaias. É só para fazer barulho. O que acontece? Cadê a fidelidade partidária? Por que esse Congresso e esses que falam contra a chamada mudança de Partido nada fazem em relação à fidelidade partidária? Porque é demagogia. Porque nada fazem em relação ao financiamento público das campanhas, que seria a maneira de colocar um dique, Ver. Dib, ao uso do dinheiro privado para comprar as eleições? Fala-se no “mensalão”; mas fala-se nos grandes bancos que financiam as campanhas dos Partidos tradicionais? Ou da Gerdau, que publicamente, aqui, no segundo turno, colocou milhões para a campanha do candidato vencedor? Aí é lícito. O dinheiro privado pode comprar eleição. Então é muita hipocrisia, muita demagogia, não se quer fazer mudança nenhuma na legislação eleitoral, não se quer fazer nenhuma mudança na lei partidária para continuar - na próxima eleição vai continuar - o mesmo quadro.

Nesse sentido, a proposta das listas é justa, é o fortalecimento dos Partidos; mas listas com ordem pré-marcada, segundo a última eleição, é mais uma maracutaia das piores. Então, não vamos desvirtuar o correto princípio da lista partidária, em que o Partido escolhe os seus principais Líderes - tem que ser democraticamente - e faz uma chapa. Porque daí - dizia o Ver. Ibsen, corretamente -, deixa de ser inimigo o parceiro de chapa; todos se somam para eleger três, quatro, cinco, e dessa forma subir. É claro que é preciso colocar numa lista, democraticamente construída, os melhores quadros, os melhores de votos e assim por diante. Então, nós somos a favor da lista democraticamente construída, e repudiamos, Verª Margarete, da mesma forma que a Moção, essa lista fajuta, que é dos que já estão lá e querem nunca mais sair de lá.

Por fim, eu também queria dizer que outra questão importante que a Reforma Política deveria tratar e encaminhar é a redução da Cláusula de Barreira. Essa Cláusula de Barreira nunca existiu no País. Existia na legislação da ditadura, e só não foi aplicada, porque nós tiramos a ditadura, antes que ela aplicasse. E era 3%. Agora, querem colocar 5%.

Vejam bem, quem está a perigo, aqui? Está a perigo, aqui, o PP; está a perigo o PDT; está a perigo o PPS. O PDT mal fez 5%, Vereador. Eu conversei com o Deputado Collares, que tem uma visão, e ele tem a mesma opinião: a Cláusula de Barreira é antidemocrática; querem fazer um grupo de quatro ou cinco Partidos, à força, para dirigir o País. Onde estão a democracia e a pluralidade?

Então, eu concluo dizendo o seguinte: aproveito o ensejo para encaminhar favoravelmente a Moção do Ver. Adeli, mas para dizer claramente que é muita hipocrisia, hoje, falar sobre o “mensalão”, falar contra a mudança de Partido e nada se fez, lá no Congresso, para mudar a Lei Partidária e para mudar as regras das eleições. Então, acompanharemos o voto, e a Bancada votará junto com a Moção do Ver. Adeli. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 206/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a maioria dos Vereadores desta Casa conhece a minha posição de não votar Moções de Repúdio ou de Apoio. No entanto, nesta eu vou votar, porque o Ver. Adeli Sell não só faz a Moção de repúdio, como faz de protesto. Eu vou protestar.

Eu acho que esse Congresso Nacional que aí está instalado não tem autoridade moral para fazer nenhuma proposição no sentido de alterar a legislação eleitoral. A única coisa que eles poderiam colocar, e eu já disse isso aqui desta tribuna, é que nessa eleição nós teríamos a fidelidade partidária já na lei eleitoral, e nós diminuiríamos o número de congressistas. Seria muito importante que se fizesse isso, mas isso eles não vão fazer.

E essa história de fazer uma lista, pode até ser uma boa idéia, mas não para esses indivíduos que lá estão, que negociam mensalinho, “mensalão”, vendem a filha por troca de ministério. Essa gente não pode fazer isso aí. Essa gente não pode figurar no alto da lista.

Eu tenho nove mandatos, e nos últimos seis eu fui o mais votado do meu Partido. E eu acho que se eu quiser o décimo mandato, eu tenho que ir lá disputar de igual para igual. Agora, pode ser que daqui a vinte ou trinta anos, quando nós tivermos mais cultura política, quando nós tivermos mais preocupação com o voto, preocupação de fiscalizar em quem nós votamos, o que eles estão fazendo na nossa representação; acho até que é possível, porque há países que fazem isso. Mas não significa fazer com que aquele que já está no Congresso ou na Câmara venha a ter o seu nome colocado nos primeiros lugares; não. Não é isso aí. Os Partidos vão buscar os nomes que possam representá-lo de forma condigna. E aqueles que nos representam hoje no Congresso Nacional não representam bem, de jeito nenhum. Então eu acho que o máximo que eles poderiam falar era em fidelidade partidária e também em diminuição do número de Deputados e Senadores; porque sobre financiamento público eu ouço muita gente falar e acho que é uma coisa importante, mas o financiamento público, se não houver fiscalização - e isso nós não temos - permitiria, sim, o caixa dois, tranqüilamente.

Eu gostaria de ver se todos aqueles que fazem a declaração para a Justiça Eleitoral dos seus gastos de campanha são capazes de olhar, ler, e dizer: "Foi isso mesmo que eu gastei”. Esses nobres Deputados Federais e Senadores que vendem filhas em troca de Ministério - têm até nome de santo nos seus Estados: São José Ribamar; até isto fizeram -, esses não podem querer votar coisa nenhuma, a não ser fidelidade partidária e diminuição do número de Deputados e Senadores. Vou protestar. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 206/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores. Com toda a certeza, o Ver. Adeli Sell está agindo com correção ao apresentar esta Moção de Repúdio e Protesto à proposição das listas fechadas de candidatos encabeçadas pelos atuais detentores de mandato, Ver. Nereu. É claro que somos favoráveis a uma modificação de todo esse processo eleitoral, porque ele está extremamente corrompido. Aliás, se observarmos o que aconteceu ontem em Brasília para que o novo Presidente da Câmara pudesse ser eleito, Ver. Nereu D’Avila, aquilo é nojento! Aquilo é corrupção pura! Deputados sendo comprados claramente, abertamente para se decidirem pelo Sr. Aldo Rebelo. Aquilo é corrupção pura! Todos nós devíamos estar votando, hoje, aqui, uma Moção de Repúdio àquilo que aconteceu em Brasília. Todos nós, porque devemos ser contra a corrupção, sempre! Sempre! Infelizmente o que aconteceu ontem foi uma das maiores corrupções que esta terra já viu: a compra dos votos daqueles que escolheram o novo Presidente da Câmara. Infelizmente, para todos nós que representamos a sociedade aqui na nossa Câmara Municipal, vimos, ontem, lá em Brasília, realmente o retrato da corrupção. Então, temos que lutar contra isso, Sr. Presidente, temos que lutar contra tudo aquilo que realmente hoje nos enoja e nos envergonha.

Se o “mensalão” foi uma vergonha... E, infelizmente, os Deputados que lá estiveram representando esta cambada de corruptos, talvez não sejam cassados, porque basta que olhemos hoje a coluna Página 10, do jornal Zero Hora, e vamos ver o Zé Dirceu comemorando a eleição do Sr. Aldo Rebelo como se fosse um gol do seu time; ele está comemorando ali o fato de: “Ah, se é esse agora o Presidente da Câmara, agora não vai ter mais cassação, agora eu vou poder conservar o meu mandato”. Ora, mas isso é vergonhoso, isso é um vexame! Isso é corrupção, e contra isso nos insurgimos.

Vereador-Presidente, com certeza essa lista fechada é o que talvez vá possibilitar, no sistema eleitoral, que possamos realmente escolher candidatos dentro dos nossos Partidos.

Estava dizendo ao Ver. Ibsen Pinheiro que gostaria de vê-lo de volta a Brasília, pela sua qualidade, por aquilo que ele representa para todos nós e para sociedade do Rio Grande do Sul; é a forma de os nossos Partidos poderem escolher os seus melhores. É claro que não é essa lista fechada e encabeçada pelos Deputados e Senadores que já têm mandato, mas simplesmente por aqueles que são os melhores dentro de cada um dos Partidos; eu acho que isso deveria acontecer. Agora, isso que muitos querem que aconteça, já com cartas marcadas para que o Congresso que vem seja o mesmo de agora, isso, realmente, temos que combater. Nós temos que combater, Ver. Ibsen, a corrupção onde quer que ela esteja. Mas nós não temos que ter medo de quando ela estiver grassando bem perto de nós e nós também podermos afastá-la. Acontece que eu vejo muitos discursos sempre apontando o dedo para os outros, sempre fazendo com que os outros sejam realmente aqueles que devem ser punidos. Mas e a punição, quando se corta na nossa própria carne, como o caso, por exemplo, desses 18 que foram apontados para serem cassados? Aí, não! Aí, não pode! Aí, tem que fazer de tudo para salvar. Aí, só cassa o Jefferson! O resto? Ah! Não! O resto tem que ser salvo, porque, afinal de contas, o resto é da “panela”.

Então, isso - que está dentro de um processo de corrupção - nós temos que combater e é por isso que vou votar aqui apoiando a Moção do Ver. Adeli Sell, porque acho que ela é extremamente inteligente e acredito que ela vá receber unanimidade dos votos desta Casa.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 206/05, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Lê Requerimento.) “Requer Moção de Repúdio e Protesto à proposição que sugere a aprovação de listas fechadas de candidatos encabeçadas pelos atuais detentores de mandato”.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Eu gostaria que fosse feita uma correção na redação dada pelo Ver. Adeli Sell, que diz que transitou nesta Comissão; é naquela Comissão, é lá em Brasília e não na de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Antonio Dib, proceder-se-á depois à alteração.

Em votação o Requerimento nº 206/05, de autoria do Ver. Adeli Sell. Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 211/05 – (Proc. N. 5120/05 – Ver. Adeli Sell) – requer Moção de Repúdio e Protesto a agressões sofridas pelos agentes de fiscalização da SMIC e brigadianos por parte de camelôs ilegais. (incluído em 31-08-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 211/05, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós somos legisladores, além de fazermos as leis no âmbito de Porto Alegre, nós devemos zelar pelas leis. Temos que estar atentos ao cumprimento de toda a legislação, e é inconcebível que na Cidade, quando um agente público, um agente de fiscalização está fazendo o seu trabalho ele seja agredido por quem está cometendo um ilícito. Isso é inaceitável!

A Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio tanto no passado, digamos, durante a minha gestão, quanto agora durante a gestão do Idenir Cecchin, a nossa fiscalização tem sofrido várias agressões. São inúmeros os boletins de ocorrência nas Delegacias de Polícia, são inúmeros os Termos Circunstanciados feitos na rua pela gloriosa Brigada Militar. Não podemos aceitar que a Cidade seja tomada, suas calçadas tomadas, suas ruas tomadas, suas esquinas tomadas e quando o agente público está no legítimo direito do seu trabalho, está fazendo uma ação, ele seja agredido. No caso específico, aconteceu na Av. Borges de Medeiros por um grupo de pessoas que há dias vinha seguindo os passos dos agentes de fiscalização da SMIC, que se prepararam e a agressão foi combinada, articulada e violenta por parte de pessoas que são conhecidíssimas da SMIC, da Brigada e da Polícia. Quem não sabe deve saber que ali se concentram alguns foragidos, inclusive do sistema penitenciário, pessoas em liberdade condicional, é um direito que elas têm, mas ali há uma sistemática combinação de ilícitos. E a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, não importa que Governo a dirija, não importa que o seu Secretário hoje seja do PMDB, como no passado foi do PT, do PCdoB; os Agentes não têm Partido, os Agentes são pessoas que têm fé-pública, eles são cumpridores do seu dever, não podem ser ameaçados, não podem ser agredidos. Já não bastam algumas ações cautelares, pelas quais eu fui surpreendido - e o Secretário Cecchin, o Secretário Beto foram surpreendidos, por exemplo, por uma cautelar recente, no caso, aqui, da Assis Brasil. Ainda bem que a Juíza colocou algumas condicionantes, mas eu quero dizer aos senhores Juízes, às senhoras Juízas, que, nesses casos, quando o Poder Público trata de casas noturnas, são sempre as mesmas pessoas, são sempre os mesmos, e são recorrentes.

Eu tenho queixas, eu tenho provas, eu tenho folhetos de atividades que são feitas nesses lugares onde, também, muitas vezes, os fiscais são ameaçados. Não são apenas os casos dos camelôs nas ruas, mas também nesses casos específicos de casas noturnas.

Portanto, para proteger a nossa fiscalização, para proteger a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, para proteger o bem-estar da Cidade, nós temos de repudiar e protestar contra esses atos de agressão. Se nós não fizermos isso, que somos os fiscais da lei na Cidade, mais pessoas, mais servidores públicos serão agredidos. E não pode haver agressão contra alguém que presta um serviço, contra alguém que é servidor público, como o nome diz: presta um serviço público à comunidade e não pode ser barrado, e muito menos agredido durante a sua função. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 211/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu disse que não gosto de votar Moção de Repúdio, e esta aqui já me deixa em dúvida, ainda que seja de repúdio e protesto. É claro que eu sou servidor municipal, por vocação, formação e convicção, portanto, inclino-me a apoiar os servidores municipais. Mas na notícia que foi trazida no jornal Zero Hora e que foi filmado pela RBS/TV, não deixa claro quem iniciou o atrito. E a Brigada Militar, que merece todo o meu respeito, exatamente porque ela tem disciplina, hierarquia e ordem, diz que investigará o fato. Se ela vai investigar o fato, é porque não houve uma declaração formal de que este ou aquele lado tinha culpa. Então, eu acho que não cabe a Moção que o Vereador pretende fazer. Eu sei que há, ainda, um pedaço do coração do Vereador na SMIC, mas eu acho que não cabe a Moção, porque nós não somos juízes, e a Brigada Militar não definiu, na hora, quem teve culpa, ou quem deixou de ter culpa. Portanto, eu acho que não cabe a Moção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o Requerimento nº 211/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 16 votos SIM, 04 NÃO, 01 ABSTENÇÃO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 223/05 – (Proc. N. 5497/05 – Mesa Diretora) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 25 de outubro de 2005, às 15 horas, destinada a homenagear  a Aeronáutica – V COMAR, pelo transcurso da “Semana da Asa”. (incluído em 26-09-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 223/05, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1801/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 087/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Afonso Moacir Cerioli um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 19-09-05.

 

 

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 087/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2478/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 114/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua João Lauro Kliemann um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 19-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 114/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2582/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 121/05, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que autoriza o Executivo Municipal a erigir obra artística alusiva ao Dia Internacional da Mulher no Largo Oito de Março. Com Emendas nos. 01 e 02.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e às Emendas nos. 01 e 02.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 19-09-05.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 121/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) A Verª Maristela Maffei, autora do Projeto, está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, rapidamente, só para referendar. Nós já temos o Largo Oito de Março; a nossa preocupação agora é a de dar mais visibilidade a esse local, erigindo uma obra artística alusiva ao Dia Internacional da Mulher, juntamente com a iniciativa privada e o Executivo Municipal de Porto Alegre. Já está consagrado aquele local, inclusive a Verª Margarete Moraes também está fazendo um Projeto para esse mesmo local, o Largo Oito de Março. Nós acreditamos que ali não é apenas um local, mas, sim, um lugar que será um símbolo de encontro, que dará mais visibilidade às mulheres, um símbolo da construção da luta das mulheres do mundo inteiro, que em cada parte deste universo possam ali simbolizar essa nossa caminhada. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PLL nº 121/05. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 1 ao PLL nº 121/05. (Pausa.) Os Senhores Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 2 ao PLL nº 121/05. (Pausa.) Os Senhores Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3198/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 102/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera a redação do art. 1º  e o caput do art. 2º  da Resolução n.  1.011, de 18 de agosto de 1989, que institui o Prêmio Jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha, possibilitando que a concessão do prêmio seja mediante proposição de um Vereador por Bancada.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

 

 

 O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 102/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Professor Garcia deseja fazer com que o Prêmio Jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha, ao invés de ser concedido apenas um por ano, seja um por Bancada. Então, nós teríamos doze juristas premiados com o Título que o Ver. Garcia pretende ampliar. Nós homenageamos, aqui, numa noite memorável, o Dr. Brossard de Souza Pinto. Lamentavelmente, a palestra desse dia, dessa quase noite, não foi gravada, não foi taquigrafada e não foi filmada, mas foi uma aula extraordinária. Então, são pessoas extraordinárias, que precisam ser valorizadas. Quando passamos a ampliar para um grande número, não tem mais valor. Esta Casa, no passado, dava Títulos de Cidadão Emérito por todos os lados; de repente, colocaram uma ordem: um por ano para cada Vereador. Então, o Título passou a ter valor, um ou outro. Agora, se temos um por ano e passamos a dar doze hoje - amanhã podem ser 13, há pessoas querendo trocar de Partido -, acho que não fazemos um bem, nem para o homenageado, nem para a memória do Otávio Caruso da Rocha que, realmente, foi um senhor jurista, que, inclusive, fez nesta Casa palestras memoráveis.

Portanto, acho que o voto deve ser contrário à solicitação do querido Ver. Professor Garcia.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei vai encaminhar?

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a V. Exª o adiamento da votação do PR nº 102/05 por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Maristela Maffei, solicitando adiamento da votação do PR nº 102/05 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 4020/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 175/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que dispõe sobre as tampas de bueiros no Município de Porto Alegre. Com Emenda n. 01.

 

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e à Emenda n. 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01;

- da COSMAM. Relatora Ver.ª Mônica Leal: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 19-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 175/04. (Pausa.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Exª o adiamento da discussão do PLL nº 175/04 por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza, solicitando adiamento da discussão do PLL nº 175/04 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 4815/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 123/05, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que concede o Prêmio de Alfabetização Zilah Totta ao Colégio Marista Professora Ivone Vettorello.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 26-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 123/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 4748/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 027/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre a proibição do uso de materiais, elementos construtivos e equipamentos da construção civil, constituídos de amianto. Com Substitutivo n. 01 (de autoria dos Vereadores B.Moesch, A.Oliboni e S.Melo). Com Emenda n. 01 ao Substitutivo n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto, ao Substitutivo n. 01 e da Emenda n. 01 ao Substitutivo n. 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela rejeição do Projeto e pela aprovação do Substitutivo n. 01 e da Emenda n. 01 ao Substitutivo n. 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Claudio Sebenelo: pela rejeição do Projeto e da Emenda n. 01 ao Substitutivo n. 01, e pela aprovação do Substitutivo n. 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM.

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLCL nº 027/01. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito o adiamento da discussão do PLCL nº 027/01 por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, solicitando adiamento da discussão do PLCL nº 027/01 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com os votos contrários dos Vereadores Adeli Sell, Sofia Cavedon, Margarete Moraes, Maristela Maffei.

Cumprida a Ordem do Dia, conforme acordado, nós queremos cumprimentar os Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, bem como pessoas e entidades que acompanharam a presente Sessão nesta tarde, e damos por encerrados os trabalhos. Obrigado.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h27min.)

 

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